A manifestação organizada por movimentos sociais das frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, com apoio do PT e de parlamentares como o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), reuniu cerca de 15.100 pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, na noite desta quinta-feira (10), segundo estimativa do Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP. A concentração máxima foi registrada por volta das 19h30, com margem de erro de 1,8 mil pessoas.
De acordo com o grupo da USP, esta foi a primeira vez, em período próximo, que uma manifestação da esquerda superou uma da direita. No dia 29 de junho, um ato de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no mesmo local, atraiu 12,4 mil pessoas.
Sob o lema “Congresso Inimigo do Povo”, os manifestantes pediram a aprovação da reforma do Imposto de Renda defendida pelo governo Lula e a redução da jornada de trabalho. O protesto foi impulsionado por forte mobilização nas redes sociais, com o uso de peças gráficas produzidas por inteligência artificial.
O anúncio feito na quarta-feira (9) pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, também serviu de combustível para os atos. Em resposta, o presidente Lula declarou que o Brasil é um país soberano que “não aceitará ser tutelado por ninguém”. A expressão “respeita o Brasil” se tornou um dos assuntos mais comentados no X (antigo Twitter) e foi amplamente usada durante a manifestação.
Na Paulista, cartazes exibiam críticas ao Congresso e também a Trump, identificado por muitos como mais um “inimigo do povo”. A organização do ato destacou o crescimento da mobilização popular em defesa de pautas sociais e econômicas promovidas pelo governo federal.
