Congelamento de reservas externas ameaça economia russa

O congelamento de parte das reservas internacionais da Rússia acrescentou uma nova camada na guerra entre o país e a Ucrânia. Um conflito militar e político ganhou dimensões financeiras, ao criar os maiores obstáculos para o governo, os bancos e as empresas russas movimentarem recursos desde o fim da União Soviética, em 1991.


Anunciada no sábado (26/02), a medida congela os depósitos russos nos seguintes países e territórios: Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e Canadá. Segundo o jornal Financial Times, cerca de US$ 300 bilhões dos US$ 630 bilhões de reservas internacionais mantidas pela Rússia foram bloqueadas da noite para o dia. Nos anos recentes, medidas semelhantes foram aplicadas contra o Irã e a Venezuela, mas não na escala atual, com praticamente todas as economias avançadas proibindo a transação de ativos russos.

Além do congelamento das reservas, os países ocidentais estão excluindo bancos russos do sistema de pagamentos Swift, sistema de pagamentos entre instituições financeiras de mais de 200 países, coordenados pelos bancos centrais das dez maiores economias do mundo. Essa medida complica ainda mais o funcionamento do sistema financeiro russo, ao atrasar o pagamento de transações comerciais e financeiras.

A desvalorização abrupta da moeda provocou corrida aos bancos. A população russa quer sacar rublos para trocá-los por divisas mais fortes, como o dólar e o euro. As reservas internacionais não fazem parte do capital que os bancos são obrigados a manter imobilizados para garantir o saque dos clientes, mas indiretamente servem para dar sustentação ao sistema financeiro. No médio prazo, os bloqueios financeiros criam outras dificuldades para a economia real.

*Com informações da Agência Brasil


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