A Corregedoria da Polícia Federal (PF) instaurou um processo administrativo disciplinar contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), escrivão concursado do órgão. A medida foi tomada com base em uma representação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que acusa Eduardo de articular sanções econômicas do governo dos Estados Unidos contra o Brasil. O processo tramita sob sigilo.
Na representação, Boulos afirma que Eduardo Bolsonaro se mudou para os Estados Unidos com o objetivo de articular sanções contra o Brasil e “autoridades nacionais”, como o ministro do STF Alexandre de Moraes. Para o deputado do PSOL, essa atuação pode configurar “conduta contra a administração, improbidade administrativa e uso indevido do cargo para benefício próprio ou de terceiros”.
O processo disciplinar na PF ocorre após o indiciamento de Eduardo e Jair Bolsonaro em uma investigação sobre um suposto plano de golpe de Estado. Segundo o relatório final da PF, o deputado buscou articular sanções contra ministros do STF para influenciar o julgamento.
A investigação aponta que o grupo de Eduardo Bolsonaro, que contaria com a atuação de outras pessoas, buscou coagir membros do Judiciário e do Legislativo para aprovar propostas de anistia e destituir ministros do Supremo. As sanções disciplinares para o caso, caso as acusações sejam comprovadas, variam de advertência e suspensão a demissão e cassação de aposentadoria. O relatório final da PF foi encaminhado à PGR, que deve analisar os indícios para uma eventual denúncia.