O relator da CPI do Crime Organizado, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), afirmou nesta terça-feira (4) que o colegiado pretende ouvir governadores e ministros do governo federal, mas descartou a convocação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo Vieira, “imagino que o ministro Alexandre, com excesso de boa vontade, tenta fazer um caminho que não é competência nem atribuição do Supremo”.
A CPI aprovou o plano de trabalho do relator e os convites para 11 governadores, ministros da Justiça e da Defesa, autoridades de segurança pública e especialistas, com o objetivo de analisar políticas públicas de combate ao crime organizado e suas operações.
Entre os governadores convocados, estão:
- Cláudio Castro (PL-RJ) – Rio de Janeiro, estado sede do Comando Vermelho (CV)
- Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) – São Paulo, estado sede do Primeiro Comando da Capital (PCC)
- Clécio Luís (AP)
- Jerônimo Rodrigues (BA)
- Raquel Lyra (PE)
- Elmano de Freitas (CE)
- Paulo Dantas (AL)
- Jorginho Melo (SC)
- Ratinho Jr. (PSD-PR)
- Eduardo Leite (RS)
- Ibaneis Rocha (DF)
Vieira destacou que Tarcísio e Castro foram incluídos por liderarem estados com atuação de grandes facções e por serem opositores do governo Lula, eleitos com apoio direto de Jair Bolsonaro e críticos às políticas de segurança pública atuais.
Entre os ministros e autoridades federais convidados, estão:
- Ricardo Lewandowski – Justiça e Segurança Pública
- José Múcio – Defesa
- Andrei Passo Rodrigues – Diretor-geral da Polícia Federal
- Luiz Fernando Corrêa – Diretor-geral da Abin
O senador defendeu que a CPI mantenha um caráter técnico e equilibrado, baseado em informações concretas sobre o funcionamento do crime organizado. “É um trabalho técnico que tem bases lógicas. Elas já estão estabelecidas. O importante é tratar as coisas com seriedade e informação consistente para entregar resultados à população”, afirmou.
Ao comentar sobre a recente megaoperação policial no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes, Vieira ressaltou a importância de analisar o problema de forma abrangente. “A operação teve um impacto muito grande pelo número de mortos, mas é mais uma. Se fizer um cálculo, devem ter ocorrido de 3 a 4 mil mortes em confronto no Rio nos últimos cinco anos”, declarou.