CPI do INSS: governo sofre derrota e opositor é eleito para a presidência

Em uma reviravolta política, a oposição conseguiu assumir a presidência da CPI do INSS nesta terça-feira (20). O senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito com 17 votos, contra 13 dados a Omar Aziz (PSD-AM), que era considerado favorito e contava com o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


A vitória de Viana foi resultado de uma articulação de última hora, que garantiu à oposição uma vantagem de três votos. A comissão foi criada para investigar descontos indevidos em aposentadorias e pensões, um esquema que, segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), pode ter causado prejuízos superiores a R$ 6,4 bilhões.

— “Quero agradecer cada um dos 17 senadores. Foi uma articulação dos últimos dias”, disse Viana, que também indicou Alfredo Gaspar para a relatoria da CPI.

Apesar da correlação de forças apontar vantagem para o governo — com apenas oito das 30 vagas de titulares preenchidas por representantes da oposição, divididas entre Câmara e Senado —, a eleição de Viana pode gerar mais desafios para o Planalto.

A estratégia da base governista será associar as fraudes a gestões anteriores, especialmente ao período do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Parlamentares petistas como Paulo Pimenta (RS), Alencar Santana (SP), Rogério Carvalho (SE) e Fabiano Contarato (ES) prometem explorar essa narrativa na comissão.


Entre os alvos sensíveis para convocação estão o ministro da Previdência, Carlos Lupi, seu sucessor Wolney Queiroz, o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e o ex-chefe do instituto Alessandro Stefanutto.

Deputados bolsonaristas também defendem a convocação de Frei Chico, irmão do presidente Lula e ligado ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). A entidade foi citada em relatório da CGU sobre possíveis fraudes, embora Frei Chico não esteja sendo investigado, e o sindicato nega irregularidades.

Composição do colegiado

Senadores titulares:
Eduardo Braga (MDB/AM), Renan Calheiros (MDB/AL), Professora Dorinha Seabra (UNIÃO/TO), Carlos Viana (PODEMOS/MG), Plínio Valério (PSDB/AM), Eliziane Gama (PSD/MA), Cid Gomes (PSB/CE), Jorge Seif (PL/SC), Izalci Lucas (PL/DF), Eduardo Girão (NOVO/CE), Rogério Carvalho (PT/SE), Fabiano Contarato (PT/ES), Leila Barros (PDT/DF), Tereza Cristina (PP/MS), Damares Alves (REPUBLICANOS/DF).

Deputados titulares:
Coronel Chrisóstomo (PL/RO), Coronel Fernanda (PL/MT), Adriana Ventura (NOVO/SP), Paulo Pimenta (PT/RS), Alencar Santana (PT/SP), Alfredo Gaspar (UNIÃO/AL), Duarte Jr. (PSB/MA), Julio Arcoverde (PP/PI), Rafael Brito (MDB/AL), Sidney Leite (PSD/AM), Romero Rodrigues (PODEMOS/PB), Beto Pereira (PSDB/MS), Mário Heringer (PDT/MG), Bruno Farias (AVANTE/MG), Marcel van Hattem (NOVO/RS).

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