A CPMI do INSS deve votar nesta quinta-feira, 4, um requerimento para convocar Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha e filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido foi apresentado pela bancada do Novo.
O requerimento vem depois da identificação de uma sequência de operações financeiras que relacionam as fraudes no INSS a Ricardo Bimbo, dirigente nacional do PT, e ao ex-contador do filho do presidente João Muniz Leite.
Depoimentos à CPMI mostram que Bimbo recebeu R$ 120 mil em sua conta pessoal e outros R$ 8,3 milhões em sua empresa Datacore, valores oriundos da ADS Soluções e Marketing, empresa que “movimentou dezenas de milhões de reais oriundos de entidades envolvidas na chamada ‘Farra do INSS’”. Também consta das apurações que na mesma época Bimbo quitou um boleto de R$ 10 mil do contador João Muniz Leite, responsável pelas contas de Lulinha e investigado por lavagem de dinheiro para o PCC.
Para os parlamentares do Novo, “a coincidência temporal entre os repasses da ADS, os pagamentos realizados por Bimbo e o vínculo direto desse contador com Lulinha é grave e exige esclarecimento imediato”.
No requerimento, a bancada cita depoimento do advogado Eli Cohen, que apontou o funcionamento de um esquema criminoso que envolve o INSS, com participação de lobistas, associações e empresas intermediárias. O texto menciona que “o esquema dependia de blindagem política e de conexões estratégicas para prosperar”.
Transparência na votação da convocação de Lulinha à CPMI do INSS
O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da comissão, informou nesta terça-feira, 2, que a votação será nominal e que cada voto será registrado e divulgado publicamente. O objetivo, segundo Viana, é garantir transparência no processo e permitir acompanhamento pela sociedade.
Ao comentar a convocação nas redes sociais, Viana afirmou: “A CPMI não tem lado, não tem medo e não tem dono. Transparência total. Quem não deve não teme. O Brasil quer respostas”, disse o senador.
Fábio Luís Lula da Silva reside na Espanha desde julho e ainda não se manifestou sobre a possível convocação.