O caso que ficou conhecido como Crime da 113 Sul continua a ganhar novos capítulos 15 anos após o triplo homicídio que vitimou o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; a esposa dele, a advogada Maria Carvalho Villela; e Francisca Nascimento Silva, que trabalhava para a família.
Apontada como mandante do crime, a arquiteta e filha do casal Adriana Villela foi condenada a 67 anos e 6 meses de prisão, no julgamento considerado o mais longo da história do Distrito Federal, em 2019. O júri popular ocorreu 10 anos após os assassinatos e durou 10 dias.
Adriana chegou a ficar 19 dias presa, mas foi solta pela ausência de antecedentes criminais e por ter comparecido a todas as audiências. Em 2022, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) rejeitou, em segunda instância, o pedido de anulação do julgamento e diminuiu a pena da ré para 61 anos e 3 meses de reclusão, além do pagamento de 17 dias-multa.
Desde então, a defesa da acusada tem recorrido das decisões, e ela responde ao processo em liberdade. Entretanto, nessa terça-feira (3/12), a subprocuradora-geral da República Andrea Szilard se manifestou a favor do pedido de prisão imediata de Adriana Villela. O posicionamento foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde tramita o processo.
Na manifestação, a subprocuradora argumentou que deve ser observada a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que validou a execução imediata da pena em julgamentos no Tribunal do Júri – ou júri popular – que determinam a prisão do réu.
O acórdão da Suprema Corte fundamentou a decisão de Andrea Szilard, que destacou: “As teses de nulidade [do julgamento pelo Tribunal do Júri] apresentadas pela defesa já foram exaustivamente debatidas e fulminadas”. A manifestação da Procuradoria-Geral da República atende a pedido de análise que partiu do ministro do STJ Rogério Schietti Cruz. Contudo, o magistrado não tem prazo definido para tomar nova decisão.