Dallagnol diz que terceira acusação de corrupção contra Lula nunca foi julgada

O ex-procurador da Operação Lava Jato e agora deputado federal eleito Deltan Dallagnol afirmou que uma terceira acusação de corrupção contra o ex-presidente e agora candidato à Presidência Lula nunca foi levada à Justiça.


“Talvez fosse a mais escancarada de todas, mas não deu tempo de julgar, porque o Supremo anulou antes”, relatou o ex-procurador em entrevista ao podcast Flow, na noite de segunda-feira 24, da qual também participou o ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, e agora senador eleito pelo Paraná.

O caso estava sob investigação quando o Supremo Tribunal Federal considerou a 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba incompetente para julgar os processos de Lula na Lava Jato e anulou toda a investigação.

Segundo Dallagnol, neste caso, o dinheiro saía da Odebrecht, era transferido ao Instituto Lula e, então, foi utilizado para comprar o apartamento ao lado de onde o ex-presidente morava, em São Bernardo do Campo e que Lula teria desviado R$ 12,4 milhões que a construtora Odebrecht repassou ao Instituto Lula e usado esse dinheiro para comprar um apartamento em São Bernardo do Campo. De acordo com o ex-procurador, corrigido para os dias atuais, o valor movimentado pelo ex-presidente chegaria à casa dos R$ 30 milhões.

“Esse terceiro processo envolvia dinheiro que saía da Odebrecht e ia parar no apartamento do lado de onde ele vivia em São Bernardo do Campo. Ele quebrou a parede e passou a ocupar o apartamento. E nesses imóveis estavam envolvidos coisa de R$ 12,4 milhões. Se você somar esses benefícios pessoais e atualizar, o valor dá R$ 30 milhões. Fora o fato de que ele foi condenado por corrupção no esquema maior, da Petrobras”, disse Dallagnol.


Em decorrência das investigações da Lava Jato, Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em dois processos: o do sítio de Atibaia e do triplex do Guarujá. Mas as duas condenações foram anuladas, e a investigação sobre o terceiro fato não pode ser retomada, disse o procurador:

“Esse [terceiro] processo foi derrubado antes de ser julgado, por conta de decisão do Supremo. Esses processos não têm jeito de ser retomados, porque quando a decisão do Supremo anula tudo, inclusive as buscas e apreensões, impede que você use documentos que você apreendeu. E não tem como restituir aqueles documentos. Você não vai devolver para o réu e conseguir apreender de novo”, disse Dallagnol.

*Informações Revista Oeste

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