Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro informaram ao Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta quinta-feira (29), a desistência da oitiva de quatro testemunhas de defesa, cuja audiência estava prevista para esta sexta-feira (30). A decisão foi comunicada por meio de um ofício enviado ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pela ação penal relacionada ao suposto golpe.
As testemunhas dispensadas são Amauri Feres Saad, advogado indiciado pela Polícia Federal por suposta participação na confecção da minuta golpista, mas que não foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República; Ricardo Peixoto Camarinha, cardiologista pessoal de Jair Bolsonaro durante o mandato presidencial; Gilson Machado, ex-ministro do Turismo; e Eduardo Pazuello, deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro e ex-ministro da Saúde. O documento enviado pela defesa não esclareceu os motivos para a desistência.
De acordo com o andamento do processo, a desistência da oitiva pode ser feita a qualquer momento da instrução, cabendo ao ministro Alexandre de Moraes homologar o pedido. Desde o início dos depoimentos na ação penal envolvendo o chamado “núcleo 1”, o magistrado não se opôs a nenhuma das dispensas solicitadas pelas defesas dos réus.
Com essa alteração, a expectativa é que seis testemunhas sejam ouvidas nesta sexta-feira em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre elas, estão o senador Ciro Nogueira, presidente do Partido Progressistas e ex-ministro da Casa Civil; Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo; o coronel da Aeronáutica Wagner de Oliveira, que integrou o grupo das Forças Armadas para a Comissão de Transparência Eleitoral; Renato de Lima França, ex-assessor jurídico da Secretaria-Geral da Presidência; Jonathas Assunção Salvador Nery, ex-secretário-executivo da Casa Civil; e Giuseppe Dutra Janino, ex-secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral.