A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro vai reiterar o pedido de levantamento do sigilo da ação sobre a reunião com embaixadores, em trâmite no Tribunal Superior Eleitoral, que pode levar à inelegibilidade do ex-mandatário. O julgamento foi marcado para a quinta-feira (22/6).
Segundo o Estadão, o advogado de Bolsonaro, Tarcísio Vieira, deve se reunir com o relator da ação no TSE, Benedito Gonçalves, nesta terça-feira (20/6) para fazer o pedido de retirada integral do sigilo.
A defesa já tinha pedido o fim do sigilo em abril, mas o relator negou dar publicidade à Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), ajuizada pelo PDT. Se o sigilo for levantado, o depoimento do ex-ministro Anderson Torres, por exemplo, se tornará público. Torres depôs como testemunha.
Caso Gonçalves não levante o sigilo, a transmissão do julgamento de Bolsonaro no TSE, pela TV Justiça, terá de ser interrompida quando forem abordados temas sigilosos do processo.
O TSE reservou, além do dia 22, os dias 27 e 29 para o julgamento da AIJE contra o ex-presidente. Dos sete ministros que vão julgar Bolsonaro, o presidente Lula indicou cinco.
O Ministério Público Eleitoral defendeu, em abril deste ano, a inelegibilidade de Bolsonaro. O órgão afirmou que o discurso crítico ao processo eleitoral durante a reunião com os embaixadores supostamente afetaria a confiança de parte da população brasileira nas urnas eletrônicas.
O general Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, também é alvo da ação. Mas o MPE defendeu a absolvição do militar da reserva, por entender que ele não tem participação nas críticas de Bolsonaro.