A equipe de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro realizou a entrega de um terceiro kit de joias recebido como presente do governo da Arábia Saudita, nesta terça-feira, 4. Segundo o ex-secretário de comunicação do governo, Fabio Wajngarten, a entrega foi feita dentro do prazo estabelecido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mas a informação ainda não foi confirmada pelo órgão.
Na semana passada, a defesa de Bolsonaro afirmou que todos os presentes foram devidamente registrados e catalogados, e que passarão por uma auditoria do TCU. Na segunda-feira, o presidente do TCU, Bruno Dantas, declarou que existe a possibilidade de as investigações apontarem para o crime de peculato por parte de Bolsonaro.
De acordo com o jornal Estadão, o ex-presidente recebeu o conjunto de joias pessoalmente durante uma viagem a Doha, em outubro de 2019, e ordenou que as peças fossem depositadas em um acervo privado. Em seguida, as joias foram encaminhadas ao gabinete da Presidência. Na semana passada, Bolsonaro devolveu parte das joias e armas que ganhou de presente da Arábia Saudita, após o TCU determinar que o ex-chefe do Executivo Federal não poderia ficar com os itens. Um outro conjunto, avaliado em R$ 16,5 milhões, foi retido pela Receita Federal.
A Polícia Federal intimou o ex-presidente e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, para depor sobre os três conjuntos de joias recebidos da Arábia Saudita, na quarta-feira, 5. Bolsonaro deve dar explicações sobre a origem e o destino dos itens, que deveriam fazer parte do acervo público da Presidência da República. A defesa do ex-presidente reiterou que todos os presentes recebidos por Bolsonaro estão disponíveis para apresentação e depósito, caso necessário, e que o presidente sempre respeitou a legislação em vigor sobre o assunto.