O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da diocese de Osasco (SP), aparece na lista de pessoas que teriam participado de uma suposta tentativa de golpe de Estado. O religioso teria participado de uma reunião realizada em 19 de novembro de 2022 com o objetivo de planejar o suposto golpe.
A defesa de José Eduardo, dr. Miguel Vidigal, disse que ainda não contém qualquer relatório disponível, apenas a nota da Polícia Federal (PF) e os nomes. Segundo ele, seu cliente foi exposto pela PF menos de sete dias depois de prestar depoimento ao órgão.
– Os mesmos investigadores não se furtaram em romper a lei e tratado internacional ao vasculhar conversas e direções espirituais que possuem garantia de sigilo e foram realizadas pelo padre. Quem deu autorização à Polícia Federal de romper o sigilo das investigações? Até onde se sabe, o Ministro Alexandre de Moraes decretou sigilo absoluto. Não há qualquer decisão do magistrado até o momento rompendo tal determinação – disse o advogado ao portal Leo Dias, de onde são as informações.
Para Vidigal, a nota da PF com a lista de indiciados seria mais um abuso realizado pelos responsáveis pela investigação.
Ao todo, foram indiciadas 37 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Walter Braga Netto e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Com mais de 800 páginas, o relatório final do inquérito da Polícia Federal (PF), que foi concluído nesta quinta, será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A partir de agora, caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar ou não os indiciados à Corte, que vai julgá-los caso isso aconteça.
Também estão na lista de indiciados o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro.