Depois de acusar Bolsonaro, Delgatti se recusa a responder oposição

Walter Delgatti, conhecido como hacker da “Vaza Jato”, se recusou a responder os questionamentos dos parlamentares da oposição durante a sessão desta quinta-feira, 17, na CPMI do 8 de Janeiro. Mais cedo, Delgatti respondeu por cerca de quatro horas às perguntas de parlamentares da ala governista.

Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), Delgatti possui um habeas corpus que lhe garante o direito de ficar em silêncio em questões que possam incriminá-lo.








No entanto, usou a prerrogativa apenas no momento em que foi interpelado por parlamentares da oposição, como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Marcos Rogério (PL-RO) e os deputados federais Filipe Barros (PL-SP) e Delegado Ramagem (PL-RJ).

“O senhor, que é conhecido por suas habilidades em invadir celulares de autoridades, recebeu alguma vantagem para fazer esse trabalho?”, perguntou Flávio. Então, Delgatti respondeu: “Por orientação do meu advogado, ficarei em silêncio”.





As demais perguntas que o senador fez também não foram respondidas. Os questionamentos eram referentes a ciência de Delgatti sobre testes públicos do TSE nas urnas, testes das Forças Armadas no sistema eletrônico de votação, entre outros.





Já o senador Marcos Rogério inqueriu o hacker acerca das contradições encontradas em seu depoimento.”Qual das duas versões é a correta? A primeira que o senhor disse que foi chamado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para provar que o sistema eleitoral era falho, ou a que ele te pediu para fraudar o sistema eleitoral?”, perguntou o parlamentar.

O hacker acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de ser o “mentor” de um plano para comprovar a fragilidade das urnas eletrônicas. A pedido do ex-presidente, o hacker deveria invadir as urnas para manipular o código-fonte do sistema eletrônico de votação, ou criar o próprio código-fonte em uma urna cedida pela Ordem dos Advogados do Brasil.



Delgatti ainda disse que Bolsonaro pediu para ele assumir a responsabilidade de um grampo que teria sido colocado no ministro Alexandre de Moraes, do STF.


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