Deputada republicana diz que decisão dos EUA de restrição de visto é um ‘aviso’ a Moraes

A deputada republicana Maria Elvira Salazar, aliada do presidente Donald Trump, afirmou nas redes sociais que a nova política de restrição de vistos dos Estados Unidos para autoridades estrangeiras envolvidas em atos de censura é um “aviso” direcionado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

“Que isso sirva de aviso aos tiranos do mundo todo e aos simpatizantes autoritários como o brasileiro Alexandre de Moraes: se você tentar censurar cidadãos americanos, mesmo além de nossas fronteiras, você não será bem-vindo nos Estados Unidos”, escreveu Salazar. Segundo ela, “os dias em que os repressores aproveitavam nossas liberdades enquanto as negavam aos outros acabaram”.

Salazar é autora de um projeto de lei que propõe sanções contra autoridades de outros países que adotem medidas para restringir redes sociais ou combater conteúdos classificados como “desinformação, racismo ou ódio”. Embora não cite nomes diretamente, a deputada menciona a América Latina como região de preocupação — o que, segundo aliados de Trump, inclui o Brasil.

O conselheiro de Trump, Jason Miller, também direcionou críticas ao ministro do STF. Em uma postagem na rede social X (antigo Twitter), ele escreveu: “Compartilhe isso com a primeira pessoa que vier à sua mente ao ler isto. Tudo bem, vou começar… Olá, @Alexandre”.

As declarações vieram na esteira do anúncio oficial do governo dos EUA sobre a nova política de restrições de visto. O objetivo, segundo a Casa Branca, é impedir a entrada de autoridades e indivíduos estrangeiros considerados responsáveis por “censura” de cidadãos americanos, mesmo que fora do território dos Estados Unidos.

“Hoje, anuncio uma nova política de restrição de vistos que se aplicará a autoridades estrangeiras e pessoas cúmplices na censura de americanos. A liberdade de expressão é essencial ao estilo de vida americano – um direito inato sobre o qual governos estrangeiros não têm autoridade”, afirmou o secretário em publicação oficial nas redes sociais.

A medida pode atingir diretamente Alexandre de Moraes, especialmente após os episódios envolvendo a rede social X, de Elon Musk, e as decisões do ministro que afetaram contas e conteúdos relacionados a figuras da direita brasileira.

“Estrangeiros que trabalham para minar os direitos dos americanos não devem ter o privilégio de viajar para o nosso país. Seja na América Latina, na Europa ou em qualquer outro lugar, os dias de tratamento passivo para aqueles que trabalham para minar os direitos dos americanos acabaram”, completou o secretário.

Na semana passada, o senador Marco Rubio já havia sinalizado que Washington considerava aplicar sanções contra Moraes. A fala foi uma resposta ao deputado Cory Mills, que acusou o Judiciário brasileiro de perseguir politicamente apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O comentário foi feito enquanto Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, está nos EUA em busca de apoio à anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro.


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