O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou, em nota divulgada nesta terça-feira (5/8), que as novas medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não permitem que ele acompanhe o tratamento de câncer da mãe, que mora no Espírito Santo. Segundo o parlamentar, as medidas ainda o impedem de retornar ao seu estado natal e de exercer seu mandato.
“Além da tornozeleira eletrônica, o Ministro Alexandre de Moraes acaba de me proibir de ir ao Espírito Santo, meu estado natal. O estado que me elegeu. Onde mora toda a minha família. Onde está minha mãe, lutando contra um câncer. Eu, como filho, não posso dividir os turnos de cuidado. Eu, como pai, não posso estar com minha filha. Eu, como Senador , não posso visitar meu estado, prestar contas ao povo capixaba ou exercer o mandato para o qual fui eleito”, diz Do Val em nota.
As novas determinações do STF foram adotadas nessa segunda-feira (4/8) após o senador viajar aos Estados Unidos, em julho, sem autorização da Corte. Desde agosto de 2023, Marcos do Val é investigado por obstrução de Justiça depois de publicar informações sobre o delegado da PF Fábio Schor, responsável por investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A decisão impõe tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar das 19h às 6h durante a semana, recolhimento integral aos fins de semana e feriados, proibição de uso das redes sociais, cancelamento dos passaportes e bloqueio de bens e verbas salariais e parlamentares.
Na nota, o senador classificou as medidas como uma “sentença de sofrimento” e afirmou que a decisão “dilacera o Estado Democrático de Direito”. Ele também alegou que não responde a nenhuma acusação formal, não há denúncia contra ele, nem envolvimento com atos ilegais. Segundo Marcos do Val, o que está sendo imputado a ele é “crime de opinião”.