Dólar Dispara Mais de 2% Após Tarifa de 50% de Trump ao Brasil

O dólar à vista abriu em forte alta nesta quinta-feira (10), subindo mais de 2% em relação ao real nas primeiras negociações do dia. A disparada ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, medida que abalou a confiança dos investidores e provocou forte aversão à moeda nacional.


Na véspera, o dólar já havia encerrado o dia com valorização de 1,05%, cotado a R$ 5,50359. Em meio à instabilidade, o Banco Central anunciou um leilão de até 35 mil contratos de swap cambial tradicional nesta sessão, com o objetivo de rolar vencimentos de 1º de agosto de 2025.

Ao justificar a medida tarifária, Trump mencionou diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e criticou o julgamento dele no Supremo Tribunal Federal (STF), classificando o caso como uma “vergonha internacional”. A fala do líder norte-americano acirrou o clima diplomático com o Brasil.

Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o país reagirá com base na Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada pelo Congresso em abril, logo após o chamado “Dia da Libertação”, quando Trump anunciou o novo pacote tarifário unilateral a diversos países.

“Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”, declarou Lula em nota publicada na rede X (antigo Twitter).


Com o novo anúncio, o Brasil passou a ser o país mais afetado entre os alvos das tarifas impostas por Trump desde segunda-feira. Até o momento, 22 nações já foram notificadas sobre as novas condições comerciais definidas pela Casa Branca.

No mercado, a decisão dos EUA acende o alerta para possíveis impactos sobre a inflação global. A avaliação é de que o aumento de tarifas pode pressionar os preços ao consumidor e elevar os custos de produção, o que, por sua vez, pode levar o Federal Reserve (Fed) a manter os juros norte-americanos em níveis elevados por mais tempo, dificultando o ambiente financeiro para países emergentes como o Brasil.

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