O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que pretende se reunir com a primeira-ministra, Giorgia Meloni, e com o vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, para intervir em favor da também deputada Carla Zambelli (PL-SP), que está presa naquele país após ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em contato com o colunista Paulo Cappelli, Eduardo disse que irá denunciar às autoridades italianas que está em curso uma “perseguição” contra a parlamentar. Ele afirma que é mais próximo de Salvini que de Meloni, e por isso, acredita que suas chances de sucesso são maiores com ele.
– Nunca me encontrei com a primeira-ministra Giorgia Meloni, mas, se tiver oportunidade, obviamente gostaria de ter uma conversa com ela. O Salvini é uma pessoa mais próxima — já trabalhamos juntos em outras pautas. Ambos são de partidos do espectro mais à direita. Então, sim, pretendo buscá-los. Não sei se terei sucesso. Acho que com o Matteo Salvini, se houver agenda, é mais provável – ponderou.
– Mas pretendo denunciar essa perseguição à deputada Carla Zambelli. Um processo muito rápido que, para mim, viola o princípio do juiz natural, ela ter sido julgada pelo Alexandre de Moraes. Certamente, se ela tivesse metido a mão nos cofres públicos e roubado os velhinhos do INSS, jamais estaria sofrendo essa prisão – completou.
Essa não é a primeira vez que o deputado sai em defesa de Zambelli. Na última semana, Eduardo expressou “solidariedade à deputada” e disse que ela é “vítima da perseguição política no Brasil”.
– É incrível que algum país democrático ainda siga as ordens de Alexandre de Moraes, juiz da suprema corte brasileira sancionado pelos EUA devido a violações de direitos humanos. Eu apelo para as autoridades italianas não mandarem a parlamentar brasileira de volta ao Brasil, cedendo ao pedido de um notório violador de direitos humanos – escreveu ele nas redes sociais.
Zambelli embarcou rumo à Europa em junho, após ser condenada a dez anos de prisão pelo STF. Por unanimidade, a Primeira Turma do STF também sentenciou a deputada ao pagamento de multa no valor de 2 mil salários mínimos, por invasão aos sistemas do CNJ e falsidade ideológica.
Segundo o tribunal, a parlamentar mandou o hacker Walter Delgatti Neto invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a fim de adulterar documentos, alvarás de soltura, quebras de sigilo bancários e emitir um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ela nega as acusações e afirma ser vítima de uma perseguição judicial em razão de seus posicionamentos políticos.