Eduardo Bolsonaro critica articulações de Tarcísio com os EUA sobre tarifaço de Trump

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou publicamente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por participar de articulações com empresários para reagir ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. As críticas vieram após o governador, ex-ministro da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro, ter se reunido com o setor privado e representantes da embaixada norte-americana para buscar alternativas às tarifas de até 50% anunciadas pela gestão de Donald Trump.


Nas redes sociais, Eduardo acusou Tarcísio de adotar uma postura de “subserviência servil às elites” ao aceitar o diálogo com empresários e diplomatas. Segundo o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o foco deveria estar nas condenações relacionadas ao 8 de Janeiro, que ele chama de “regime de exceção”.

“Prezado governador @tarcisiogdf, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, escreveu Eduardo em suas redes sociais.

As críticas se intensificaram após Tarcísio recuar do tom inicial sobre o tarifaço de Trump. No sábado (12), o governador passou a defender uma solução negociada com os EUA e afirmou que seriam necessários “esforços conjuntos” para reverter a medida. Um dia antes, ele se reuniu com representantes da embaixada dos Estados Unidos em Brasília para tratar do tema.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Eduardo Bolsonaro afirmou que o governador desrespeitou sua atuação ao buscar uma saída por conta própria. Para o parlamentar, ele e seus aliados têm mais influência e eficácia do que o Itamaraty nas negociações com Washington.


“O Tarcísio utilizou os canais errados. O filho do presidente está nos Estados Unidos. O Tarcísio não tem nada que querer costurar por fora uma decisão que provavelmente vai chegar a mais um acordo caracu”, disse, utilizando uma expressão popular que sugere desvantagem para um dos lados. “O Tarcísio tem que entender que o filho do presidente está nos Estados Unidos e tem acesso à Casa Branca”, completou.

Eduardo ainda afirmou que não está preocupado com o convencimento da opinião pública, mas sim em pressionar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. “Nós já provamos que somos mais efetivos até do que o próprio Itamaraty. O filho do presidente, exilado nos Estados Unidos. Queria buscar uma alternativa lateral. É um desrespeito comigo. Mas eu não estou buscando convencimento da população, eu estou buscando pressionar o Moraes”, declarou.

A tensão entre os aliados bolsonaristas ocorre em meio à repercussão das medidas adotadas por Trump, que impactam diretamente o agronegócio e a indústria brasileira, e revelam fissuras na condução política entre setores da direita brasileira.

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