‘Efeito Tagliaferro’ causa debandada no gabinete de Moraes

A estrutura interna do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF), permanece desfalcada desde que veio à tona o escândalo que envolve dois de seus ex-colaboradores diretos, Eduardo Tagliaferro e Airton Vieira.

A divulgação de áudios comprometedores entre os dois provocou uma onda de saídas, cuja recomposição permanece incompleta mesmo passados oito meses.
Em janeiro deste ano, Moraes afastou Vieira, então juiz instrutor no STF, sem emitir nenhuma nota oficial sobre a decisão. Ele ocupava função estratégica em processos penais, conduzindo interrogatórios, ouvindo testemunhas e coordenando ações de colaboração premiada.


Nos meses seguintes, entre fevereiro e março, dois outros juízes auxiliares deixaram o gabinete: Rogério Marrone de Castro Sampaio, que trabalhava com Moraes desde 2018, e André Solomon Tudisco, nomeado em junho de 2024.

Sem substituições imediatas, a equipe de apoio jurídico encolheu. Apenas o juiz auxiliar Rafael Tamai Rocha permaneceu no cargo. Ele assumiu informalmente as funções deixadas por Vieira.

O gabinete de Moraes se destacou por contar, até então, com um número maior de assistentes que os demais ministros do STF. Em razão da quantidade de inquéritos criminais sob sua relatoria, o magistrado tinha autorização excepcional para manter quatro juízes. Hoje, opera com dois auxiliares.

Áudios colocam Moraes no centro de suspeitas sobre condução de processos

O caso que abalou a estrutura do gabinete ganhou repercussão depois de o jornal Folha de S.Paulo publicar conversas gravadas entre Vieira e Tagliaferro. Os áudios sugerem que os dois compartilhavam informações do STF com o objetivo de influenciar decisões de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral.

Tagliaferro ainda ameaça divulgar novos trechos, que, segundo ele, comprovariam interferência direta do ministro em processos que envolvem aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.


Sem substituições imediatas, a equipe de apoio jurídico encolheu. Apenas o juiz auxiliar Rafael Tamai Rocha permaneceu no cargo. Ele assumiu informalmente as funções deixadas por Vieira.

O gabinete de Moraes se destacou por contar, até então, com um número maior de assistentes que os demais ministros do STF. Em razão da quantidade de inquéritos criminais sob sua relatoria, o magistrado tinha autorização excepcional para manter quatro juízes. Hoje, opera com dois auxiliares.

Áudios colocam Moraes no centro de suspeitas sobre condução de processos

O caso que abalou a estrutura do gabinete ganhou repercussão depois de o jornal Folha de S.Paulo publicar conversas gravadas entre Vieira e Tagliaferro. Os áudios sugerem que os dois compartilhavam informações do STF com o objetivo de influenciar decisões de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral.

Tagliaferro ainda ameaça divulgar novos trechos, que, segundo ele, comprovariam interferência direta do ministro em processos que envolvem aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.


Nas redes sociais, o ex-assessor tem feito postagens críticas à antiga chefia e à condução das investigações, acusando erros na formação da equipe.

Nas redes sociais, o ex-assessor tem feito postagens críticas à antiga chefia e à condução das investigações, acusando erros na formação da equipe.

Recomposição parcial e atuação improvisada

A única movimentação recente para reforçar o time de Moraes ocorreu em maio. Na ocasião, ele nomeou a juíza Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, oriunda do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

Sorrentino assumiu formalmente como juíza auxiliar. Mesmo assim, acumulou outras responsabilidades. Ela conduziu oitivas de testemunhas na ação penal que trata da suposta tentativa de golpe de Estado.

Mesmo com esse reforço, o gabinete continua sem um novo nome para a função de instrutor, o que compromete a celeridade dos processos penais. Enquanto Moraes opera com número reduzido de auxiliares, outros ministros do STF mantêm estruturas mais contidas por força de resolução.

Fonte: Revista Oeste

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