Em carta da prisão, rapper Oruam diz que aceita o “castigo”, mas critica “injustiças” no processo; Leia a íntegra da carta

O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, publicou uma carta aberta nas redes sociais nesta terça-feira (9) em que reflete sobre sua prisão e aponta o que considera “injustiças”. O artista, que cumpre prisão preventiva desde julho, afirma que aceita o “castigo” por ter se esquecido de Deus, mas se diz julgado de forma desigual pelas autoridades.

“Aceito meu castigo”, escreve Oruam, que é filho do traficante Marcinho VP. “Fiquei famoso, ganhei o mundo e me esqueci de Deus. Tive que ser preso para voltar a falar com Ele”. No texto, ele faz um paralelo com a experiência de visitar o pai na cadeia desde a infância e agora receber visitas da família. “Hoje, quando a minha família vem me ver, o que mais quero é ir embora junto com eles”, desabafou.

Apesar de aceitar o “castigo”, o rapper critica a forma como sua situação está sendo tratada. “Não posso deixar de falar da injustiça e do descaso com que minha situação vem sendo tratada. Estou pagando por erros, mas também sendo julgado de forma desigual, carregando nas costas acusações que não correspondem a minha verdade”, afirmou, reforçando que se sente perseguido. “Mais do que uma pena, sinto o peso de uma perseguição que tenta manchar a minha história e minha arte.”

Oruam também aproveita a carta para pedir desculpas aos fãs e à família, e para refletir sobre amizades e confiança. “Hoje sei quem são meus amigos de verdade e quem são meus amigos de mentira, quem é falso e quem é verdadeiro”, escreve. “Nunca vou esquecer de quem estendeu a mão no momento em que mais precisei. Fui legal a falsos amigos e máscaras.



O artista finaliza a carta dizendo que vai se reerguer mais forte e que a prisão é um momento para “rever meus erros, de refletir”. Ele pede para que os fãs entendam que ele é “um trapper, não um traficante” e promete voltar em breve.

O rapper cumpre prisão preventiva desde 22 de julho, após ter supostamente tentado impedir o cumprimento de um mandado de apreensão contra um adolescente, procurado por tráfico de drogas e roubo, em frente à sua casa. Além disso, ele é acusado de tentativa de homicídio triplamente qualificada, tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, lesão corporal, desacato, corrupção ativa e direção perigosa com habilitação suspensa.

Abaixo a íntegra da carta de Oruan:

“Para todos os meus fãs. Um leão ferido ainda é um leão. Ninguém prende quem tem a mente livre. Sempre visitei meu pai na prisão, me acostumei a ser visita… E, hoje, quando minha família vem me ver, o que mais quero e ir embora junto com eles.

Fiquei famoso, ganhei o mundo… E me esqueci de Deus. Tive que ser preso pra voltar a falar com Ele. Aceito meu castigo…

A Bíblia já dizia: Ezequiel 5:7 — ‘Faze uma cadeia porque a terra está cheia de crimes de sangue, e a cidade está cheia de violência’. Hebreus 13:3 — ‘Lembrem-se dos presos como se estivessem na prisão com eles’.


Mas não posso deixar de falar da injustiça e do descaso com que minha situação vem sendo tratada. Estou pagando por erros, mas também sendo julgado de forma desigual, carregando nas costas acusações que não correspondem a minha verdade. Mais do que uma pena, sinto o peso de uma perseguição que tenta manchar a minha história e minha arte.

Peço desculpas aos meus fãs e a minha família. Hoje sei quem são meus amigos de verdade e quem são meus amigos de mentira, quem é falso e quem é verdadeiro. Nunca vou esquecer de quem estendeu a mão no momento em que eu mais precisei. Fui leal a falsos amigos e máscaras caíram!

Um abraço a todos os fãs que se decepcionaram comigo. Quero que entendam: eu sou um trapper, não um traficante. Esse é o meu momento de rever meus erros, de refletir e de me levantar mais forte.

Aos que acreditam em mim, fiquem firmes e logo vocês vão me ver. Mauro Davi dos Santos Nepomuceno”.

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