Em meio a tensão com governo, Motta e Alcolumbre faltam ao evento de sanção do IR

Em rota de colisão com o Planalto, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), decidiram não comparecer à cerimônia de sanção da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) nesta quarta-feira (26).

Motta disse que cumpre “agenda interna” na manhã desta quarta. Na sua rede social na plataforma X, o presidente da Câmara celebrou o projeto, que teve como relator o seu antecessor no cargo, o deputado Arthur Lira (PP-AL).


– Hoje a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil se torna lei. Uma vitória histórica para milhões de brasileiros – escreveu o deputado.

– Quando o projeto chegou na Câmara dos Deputados, rapidamente determinei a criação de uma comissão para análise. A matéria saiu ainda melhor, ampliando a redução da alíquota para quem recebe até R$ 7.350. A aprovação na Casa foi unânime. Este é o resultado da união dos Poderes em favor do Brasil. Com respeito às atribuições legislativas, diálogo e equilíbrio, o país avança – completou.

No caso da Câmara, a tensão ficou elevada durante a tramitação do PL Antifacção. Defendida por Motta, a proposta foi chamada de “lambança legislativa” pela ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Um dos desdobramentos da crise foi a decisão de Motta de romper relações com o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), nesta semana. Durante a tramitação do projeto, Lindbergh fez duras críticas à nomeação do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para a relatoria e mencionou o presidente da Câmara em diferentes ocasiões.

Alcolumbre, por sua vez, manifestou revolta com a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de indicar o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente do Senado defendia a escolha do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu aliado, para a vaga. Alcolumbre não aceitou a decisão de Lula.

– Vou mostrar ao governo o que é não ter o presidente do Senado como aliado – afirmou ele, a portas fechadas, depois de saber que Lula confirmara a escolha do advogado-geral da União sem comunicá-lo antes.

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