O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou, na segunda-feira (8), o adiantamento das festas de Natal no país, que agora começam a partir de 1º de outubro. O anúncio foi feito durante seu programa semanal, em meio à crescente pressão militar dos Estados Unidos, que tem aumentado sua presença em águas do mar do Caribe próximas ao território venezuelano.
De acordo com o regime chavista, a medida tem como objetivo “defender o direito à felicidade e à alegria dos venezuelanos”, em um momento em que a ditadura denuncia “ameaças” e “mentiras” por parte do governo americano.
“Vamos aplicar a fórmula de outros anos, que nos saiu muito bem para a economia, para a cultura, para a alegria, para a felicidade”, afirmou Maduro em sua intervenção na televisão. “A partir de 1º de outubro, o Natal começa na Venezuela”, insistiu, indicando que a medida busca estimular o comércio e a atividade cultural. Ele ainda listou algumas tradições: “Mais uma vez, este ano, o Natal começa em 1º de outubro com alegria, comércio, atividade, cultura, vilancicos, gaitas, hallacas…”.
A decisão repete uma estratégia já utilizada em anos anteriores. Em setembro do ano passado, após a fraude eleitoral que gerou uma crise política, Maduro também antecipou as festividades. Na época, ele justificou a medida como uma forma de “homenagem e agradecimento” pela suposta “vitória” nas eleições, apesar das acusações de irregularidades.
Em seu discurso mais recente, o líder chavista enfatizou que “nada nem ninguém neste mundo” pode privar a Venezuela de suas tradições festivas. “Ninguém no mundo vai nos tirar o direito à felicidade, à vida e à alegria”, reiterou.
O anúncio acontece em um cenário de tensão com os EUA, que têm enviado ativos militares para o Caribe. O regime venezuelano considera as manobras parte de uma política de pressão para forçar uma mudança de regime no país. Maduro respondeu enfaticamente: “A Venezuela ninguém vai humilhar, não vamos aceitar a humilhação do império gringo (…) Nenhuma geração de venezuelanos vai se humilhar perante o império gringo. Jamais. Nem hoje nem nunca”.
As tensões com os Estados Unidos se intensificaram após a acusação formal de “narcoterrorismo” contra Maduro e o aumento da recompensa por sua captura, que subiu para US$ 50 milhões em agosto. Washington enquadra suas ações como uma estratégia de combate ao narcotráfico, enquanto o regime venezuelano sustenta que as medidas buscam desestabilizar e forçar uma transição política.
Para Maduro, a antecipação do Natal se tornou parte de seu discurso político. Ele afirma que “adiantar o Natal é a forma de defender o direito à felicidade, o direito à alegria”. Ele também fez um balanço otimista sobre o ano, destacando a capacidade de recuperação do país: “Das dificuldades surgiu o melhor de nós, a capacidade de nos refazer e de nos reconstruir e de nos fazer de novo”, concluiu.