O militante de esquerda Thiago Torres, conhecido nas redes como Chavoso da USP, teve seu perfil principal no Instagram removido no último domingo (16). A conta acumulava mais de 1 milhão de seguidores.
Após o bloqueio, ele criou uma nova conta, intitulada @chavosodausp_reserva, onde comentou o ocorrido e criticou a plataforma.
– Mais uma conta excluída pelo Instagram, do nada, sem mais nem menos. É muito frustrante. Anos de trabalho pra chegar a 1 milhão de seguidores, pra tudo ser descartado assim por essa rede – disse.
Os perfis do influenciador no X e no TikTok seguem ativos. O ativista recebeu apoio público de figuras da esquerda, como as deputadas federais do PSOL Sâmia Bomfim e Erika Hilton.
– Sem qualquer justificativa, a Meta derrubou o acesso da conta principal do Chavoso da USP, com mais de 1 milhão de seguidores. Um ataque direto à liberdade de expressão e ao trabalho de quem denuncia injustiças no Brasil – afirmou Sâmia.
Já Hilton divulgou a nova conta do Chavoso em seus stories, descrevendo-o como “incrível” e classificando a desativação como um “absurdo”.
A situação provocou também reações de direita, que ironizaram a indignação de setores da esquerda e afirmaram que o campo progressista agora estaria experimentando o tipo de cancelamento que costuma criticar.
Chavoso da USP utiliza suas plataformas para publicar conteúdos sobre racismo, educação e críticas ao capitalismo. Ele já se envolveu em outras polêmicas: em maio foi condenado por um post contra o ex-prefeito de Guarulhos Gustavo Henric Costa, o Guti (PSD-SP), e em dezembro de 2024 viralizou ao publicar no YouTube um vídeo criticando o que considerou a visão da classe média alta branca presente em Ainda Estou Aqui, de Walter Salles – meses antes de o filme conquistar o Oscar.