Os Estados Unidos avaliam ampliar as restrições de entrada para cidadãos de mais 36 países, conforme indicam documentos internos do Departamento de Estado obtidos por veículos como The Washington Post e Reuters.
A medida pode aumentar a lista de nações sujeitas a proibição total ou parcial, em linha com políticas recentes do governo de Donald Trump.
No começo de junho, entrou em vigor a suspensão de entrada para cidadãos de 12 países, depois da assinatura de um decreto por Trump, na semana anterior, incluindo Afeganistão, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Mianmar, Somália, Sudão e Iêmen.
Segundo o presidente, a iniciativa é fundamental para proteger o país contra “terroristas estrangeiros” e outras ameaças à segurança nacional.
Além dessas restrições, sete países já enfrentam limitações parciais: Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela. Essas decisões fazem parte de uma política mais rígida sobre imigração, implementada no segundo mandato de Trump, que contempla desde deportações em massa até restrições ao ingresso de estrangeiros em universidades americanas.
As motivações dos Estados Unidos para a proibição

Um telegrama diplomático do Secretário de Estado Marco Rubio destacou preocupações ligadas à segurança, documentação e cooperação desses países.
O documento detalha que “o departamento identificou 36 países preocupantes que podem receber recomendação de suspensão total ou parcial de entrada caso não cumpram os critérios e requisitos estabelecidos em até 60 dias”, explicou o memorando.
Entre os problemas apontados estão a ausência de governos considerados “competentes ou cooperativos”, falhas na emissão de documentos de identificação, passaportes inseguros, descumprimento de ordens de deportação dos EUA e casos de cidadãos que excederam o prazo de visto.
Também constam alegações de envolvimento em terrorismo, antissemitismo ou atividades “antiamericanas”.
Lista dos países sob risco e contexto político
Os países que podem ser afetados pela medida, se não atenderem às exigências dentro de 60 dias, incluem Angola, Antígua e Barbuda, Benin, Butão, Burkina Faso, Cabo Verde, Camboja, Camarões, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Djibuti, Dominica, Etiópia, Egito, Gabão, Gâmbia, Gana, Quirguistão, Libéria, Malawi, Mauritânia, Níger, Nigéria, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Tomé e Príncipe, Senegal, Sudão do Sul, Síria, Tanzânia, Tonga, Tuvalu, Uganda, Vanuatu, Zâmbia e Zimbábue.
O Brasil permanece fora dessa relação. A iniciativa segue decreto de Trump, assinado ao reassumir a presidência em 20 de janeiro, que determinou a identificação de países com deficiências nos processos de verificação e triagem.
No mandato anterior, Trump já havia proibido viajantes de sete países de maioria muçulmana, política mantida pela Suprema Corte em 2018, depois de desafios judiciais.