EUA se preparam para bombardear instalações militares na Venezuela

Os Estados Unidos estão se preparando para atacar instalações militares dentro da Venezuela, em uma escalada contra o regime do presidente Nicolás Maduro, segundo reportaram nesta sexta-feira (31) o Miami Herald e o The Wall Street Journal, com base em fontes próximas à Administração de Donald Trump.


De acordo com os veículos, os ataques aéreos podem ocorrer “em questão de dias ou até horas”, enquanto o The Wall Street Journal ressaltou que “o presidente ainda não tomou uma decisão final sobre ordenar bombardeios em terra”.

A ofensiva teria como objetivo pressionar Maduro a deixar o poder e desmantelar o chamado Cartel de los Soles, além das redes de narcotráfico venezuelanas.

“Os alvos em potencial incluem portos e aeroportos controlados pelos militares, que supostamente são usados para tráfico de drogas, além de instalações navais e pistas aéreas”, informou o The Wall Street Journal.

Miami Herald citou uma fonte afirmando que o tempo de Maduro “está se esgotando”, pois há “mais de um general disposto a capturá-lo e entregá-lo”, embora os funcionários não tenham esclarecido se o próprio presidente seria alvo dos ataques.


Na terça-feira (29), Trump reiterou que pretende impedir a entrada de drogas “por terra”, após quase dois meses de ataques a 15 lanchas no Pacífico e no Caribe, que deixaram 61 mortos e três sobreviventes desde 1º de setembro.

“Finalmente estamos travando uma guerra contra os cartéis. Uma guerra como nunca antes foi vista, e vamos vencer essa batalha. Já estamos vencendo no mar”, disse o presidente em discurso às tropas americanas no Japão.

A informação sobre possíveis bombardeios em terra surge no mesmo dia em que a ONU acusou o governo dos EUA de “violar o direito internacional” com ataques a embarcações, afirmando que as pessoas a bordo foram vítimas de “execuções extrajudiciais”.

“Esses ataques e seu custo humano crescente são inaceitáveis. Os Estados Unidos devem pôr fim a eles”, exigiu o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk.

Porta-aviões USS Gerald Ford

O porta-aviões USS Gerald Ford, o mais avançado da frota americana, está a caminho do Caribe e pode chegar às proximidades da Venezuela em poucas horas, aumentando a pressão internacional sobre o regime de Maduro.

O Departamento de Defesa dos EUA anunciou oficialmente o deslocamento em 27 de outubro, justificando-o como parte da estratégia de combate ao narcotráfico e para fortalecer a capacidade de intervenção militar contra organizações criminosas transnacionais.

A operação envolve não apenas o Gerald Ford, mas uma frota ampliada com navios de assalto, submarino, destróieres e aeronaves de combate, incluindo caças F-35B e aviões de patrulha P-8. Trata-se da maior mobilização naval americana no Caribe desde a invasão do Panamá em 1989.

Nos últimos meses, o Exército dos EUA informou ter destruído cerca de dez embarcações no Caribe e Pacífico próximas à Venezuela e à Colômbia, aumentando a tensão com os governos de ambos os países, que acusam Washington de “execuções extrajudiciais”.

Cartel de los Soles

Cartel de los Soles, segundo relatórios do Departamento do Tesouro dos EUA, é formado por altos oficiais militares venezuelanos que facilitam a saída de carregamentos de cocaína para o Caribe e América Central. Embora o regime de Maduro negue sua existência, diversas investigações judiciais nos EUA e na América Latina apontam o cartel como peça-chave da economia ilícita em Caracas.

A Casa Branca enviou navios de guerra e cerca de 4.500 soldados à região, em operações descritas pelo Pentágono como voltadas a “interromper rotas de narcotráfico” ligadas à Venezuela. Washington confirmou múltiplos ataques a lanchas carregadas de drogas que partiram de costas venezuelanas, reforçando a pressão militar e diplomática contra o regime chavista.

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