Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), solicitou a devolução de seu celular, que foi apreendido na semana passada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A apreensão ocorreu após Moraes transformar o inquérito sobre o vazamento de conversas em uma petição, que é uma investigação preliminar.
Na decisão que autorizou a apreensão, o ministro também permitiu o acesso e análise de todo o conteúdo do aparelho, incluindo dados, arquivos eletrônicos, mensagens e e-mails, bem como eventuais documentos bancários, fiscais e telefônicos. A Polícia Federal (PF) foi autorizada a acessar dados armazenados em computadores, smartphones e outros dispositivos eletrônicos de armazenamento.
Tagliaferro, em depoimento à PF na última quinta-feira (22), negou qualquer envolvimento no vazamento das mensagens. Ele afirmou que, quando foi preso por violência doméstica em 2023, seu celular foi apreendido e devolvido seis dias depois, estando “corrompido” e sem o lacre original.
De acordo com o ministro Moraes, Tagliaferro, orientado por seu advogado, disponibilizou o celular para consulta da autoridade policial, mas se recusou a permitir uma perícia técnica no aparelho.
“Ficou consignado o possível vazamento deliberado das informações, com o objetivo de estabelecer uma narrativa fraudulenta relacionada à atuação de servidores dos Tribunais, no contexto de reiterados ataques institucionais ao Poder Judiciário”, afirmou Moraes.
O ministro destacou ainda que a recusa de Tagliaferro em entregar voluntariamente o aparelho foi um fator determinante para a autorização da busca, uma vez que os dados contidos no dispositivo são de interesse público e essenciais para a investigação em andamento.
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