O ex-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Tang Renjian, de 63 anos, foi condenado neste domingo (28) à pena de morte com suspensão condicional de dois anos por corrupção, segundo informou a agência estatal Xinhua.
De acordo com o tribunal, Tang recebeu mais de 268 milhões de yuans em propina (aproximadamente R$ 203 milhões) entre 2007 e 2024. O caso foi julgado pelo Tribunal Popular Intermediário de Changchun, na província de Jilin, no nordeste do país, que declarou que os crimes de Tang “causaram perdas gravíssimas aos interesses do Estado e do povo”.
Além da pena capital, Tang foi privado de seus direitos políticos vitalícios, terá todos os bens pessoais confiscados e os ganhos ilícitos serão transferidos para o tesouro nacional. Na China, a pena de morte com suspensão costuma ser convertida em prisão perpétua se o condenado não cometer novos crimes durante os dois anos de liberdade condicional. Em caso de bom comportamento, a pena pode até ser reduzida.
Segundo o China Daily, Tang usou cargos públicos — incluindo governador da província de Gansu e ministro da Agricultura — para conceder benefícios em operações comerciais, contratação de projetos e ajustes de trabalho em troca de propina.
Tang iniciou a carreira em 1983 e entrou para o Partido Comunista em 1991. Atuou por décadas no setor agrícola até assumir o comando do ministério. A Xinhua informou que ele foi colocado sob investigação em maio de 2024 por “violações graves das disciplinas do Partido e da lei nacional” e, quatro meses depois, foi expulso do Partido Comunista e destituído de seus cargos.
Em abril deste ano, Tang foi formalmente acusado de corrupção passiva. O julgamento ocorreu em julho, quando ele se declarou culpado e confessou os crimes, demonstrando arrependimento.
Segundo a rede estatal japonesa NHK, a sentença faz parte da campanha anticorrupção lançada pelo presidente Xi Jinping, que já derrubou diversas figuras de alto escalão do governo e do Partido Comunista.