A exportação de milho do Brasil para a União Europeia aumentou mais de 80% no acumulado do ano até agosto, após os embarques dobrarem no mês passado, com europeus fiando-se nos brasileiros para complementar uma redução nos embarques da Ucrânia, segundo especialistas e integrantes do setor.
Com uma quebra drástica da safra de milho da UE pela seca, é possível que os negócios entre o Brasil e os europeus sigam em patamares acima da média nos próximos meses, enquanto há incertezas sobre a constância das exportações ucranianas para nações europeias.
“O ponto aqui é que a Ucrânia não vai conseguir suprir toda a necessidade de milho da Europa, pode ser que o Brasil consiga pegar uma parte nesta fatia nos próximos meses. O Brasil ainda tem uma boa parte do milho a ser vendida, temos um grande volume para ser comercializado“, disse o analista da S&P Global Gabriel Faleiros, à Reuters.
As exportações de milho do Brasil para a União Europeia cresceram 82,6% entre janeiro e agosto ante o mesmo período do ano passado, para 3,67 milhões de toneladas, um aumento em ritmo maior do que o visto para todos os destinos, de 79,6%, uma vez que o país este ano está tirando proveito de uma safra recorde, ao passo que em 2021 houve uma quebra severa pela estiagem e geadas.
O mês de agosto respondeu pela maior parte dos embarques do ano do Brasil para a UE, com 2 milhões de toneladas, o dobro do total embarcado no mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Ministério da Agricultura.
O Brasil vem sendo o segundo maior fornecedor de milho para a União Europeia, atrás apenas da Ucrânia, que normalmente ganha protagonismo a partir de novembro como exportador aos europeus, até os primeiros meses do ano seguinte, lembrou o analista.
O serviço de monitoramento de safras da União Europeia, MARS, cortou nesta segunda-feira suas previsões de safra de verão novamente, dizendo que as chuvas em muitas partes do bloco não foram suficientes para reverter os danos causados pelo clima seco e quente no início da temporada.
O Brasil matando a fome de macron e cia.