O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta terça-feira (18/11) que acredita que o processo conduzido pelo Banco Central (BC) para determinar a liquidação extrajudicial do Banco Master “deve ser robusto”. A decisão da autoridade monetária foi tomada menos de 24 horas após o Grupo Fictor manifestar interesse em adquirir a instituição.
“O Banco Central é o órgão regulador do sistema financeiro e eu tenho certeza que, para ter chegado a esse ponto, todo esse processo deve estar muito robusto”, afirmou o ministro ao chegar à sede da Fazenda.
Haddad também destacou que sua pasta está pronta para colaborar com eventuais impactos da medida sobre o sistema financeiro. “O que cabe à Fazenda é dar suporte às consequências desse ato. Se houver, nós estamos aqui prontos para colaborar”, disse.
O ministro reforçou que, se o BC optou pela liquidação, é porque a análise técnica indicava essa necessidade. “Se o Banco Central decidiu liquidar a instituição financeira, é porque o processo está ‘robusto’”, reiterou. Ele ainda lembrou que acompanhou questões relacionadas à CVM recentemente: “Já falei para vocês que tivemos problema na CVM também. O BC é o órgão regulador e ele que se manifesta.”
Instituições atingidas pela decisão
A liquidação extrajudicial foi assinada pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo. A determinação atinge:
- Banco Master Múltiplo
- Banco Master de Investimento
- Banco Letsbank
- Master S/A Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários
Segundo o Banco Central, a liquidação extrajudicial é utilizada para interromper as atividades de uma instituição e retirá-la de forma organizada do Sistema Financeiro Nacional, especialmente em casos de insolvência irrecuperável ou graves infrações às normas do setor.
No processo, o BC nomeia um liquidante, responsável por vender ativos para pagar, dentro do possível, os credores. A medida também aciona o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobre investimentos elegíveis até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ e por instituição.
Operação policial e prisões
A liquidação ocorre em meio à Operação Compliance Zero, da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo o Banco Master. A Justiça Federal expediu cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
Entre os presos estão:
- Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
- Augusto Lima, ex-sócio da instituição
O Ministério Público Federal (MPF) deu apoio às representações que levaram às ordens judiciais.
BRB também é alvo de investigação
O Banco de Brasília (BRB) é investigado por suposta participação no esquema. A Justiça determinou o afastamento do presidente da instituição, Paulo Henrique Costa.