“Se alguém me falasse que um de nós ia sair vivo, eu diria que era mentira”, contou João Emiliano Salamoni, de 35 anos. Ele, que é cadeirante, e a mãe, Elvira Polippo, de 55 anos, foram arrastados pela água do Rio Taquari por cerca de 15km e, ao todo, ficaram sete dias à deriva.
A família morava em Cruzeiro do Sul (RS), porém, no início de maio, a casa sucumbiu à força das águas da enchente do Rio Taquari e desmoronou. Ao perceber o aumento do nível da água, o pai de João e marido de Elvira os colocou no telhado da residência, que acabou quebrando.
O homem, que era brigadista aposentado, tentou chegar até uma pequena embarcação de um dos vizinhos, mas viu a esposa e o filho serem levados pela correnteza.
“Meu pai nos viu no meio do rio e se apavorou. Ele tentou voltar nadando, só que ele não conseguiu se agarrar ao telhado junto com nós. O pai tentou ir nadando e não conseguiu porque estava muito violenta a água. Perdemos ele”, lembrou durante entrevista no programa Encontro, da TV Globo, na manhã desta quinta-feira (23/5).
“Sonho bastante com aquele rio e com o meu pai”, compartilhou João Emiliano, com a voz embargada.