Filho de Biden será julgado por porte ilegal de arma sob efeito de drogas

Hunter Biden, filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, começa a ser julgado nesta segunda-feira (03/06) por acusações de porte ilegal de arma. O caso, inédito na história americana, pode impactar a campanha de reeleição de Joe Biden, que aparece atrás de Donald Trump nas pesquisas eleitorais.

Esta é a primeira vez que o filho de um presidente em exercício vai a julgamento. A acusação foi feita pelo Departamento de Justiça, liderada por David Weiss, o advogado especial designado no ano passado para supervisionar o caso.

Hunter Biden, de 54 anos, é acusado de comprar e possuir ilegalmente uma arma enquanto estava sob efeito de drogas, o que viola a lei federal. Ele se declarou inocente das três acusações, apesar de ter falado abertamente sobre suas lutas com o vício em álcool e crack.


O julgamento, previsto para durar de uma a duas semanas, ocorrerá em Wilmington, Delaware.

Entenda as acusações

Hunter Biden enfrenta três acusações, duas delas relacionadas à compra da arma.

Para comprar uma arma, é necessário preencher um formulário do Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos do governo federal, declarando que está legalmente autorizado a fazer a compra. Hunter Biden é acusado de mentir nesses formulários.

As perguntas incluem: Você foi condenado por um crime? Você é um fugitivo? Você está no país ilegalmente? E, especialmente relevante para este caso, você é um “usuário ilegal ou viciado em” drogas ilegais? Hunter Biden supostamente marcou a opção “Não.”

A terceira acusação diz respeito à posse da arma, uma vez que é contra a lei federal possuir uma arma enquanto se está abusando de drogas.

Hunter Biden manteve a arma por 11 dias até outubro de 2018, quando sua então namorada jogou a arma em uma lixeira por preocupação com sua saúde mental, conforme consta na acusação e nos documentos judiciais tornados públicos.

“As armas representam um perigo se estiverem nas mãos erradas, e esse é o objetivo dessas leis”, disse à CNN Nabeel Kibria, advogado de Washington, DC, que já lidou com centenas de casos de armas. “As evidências parecem pesar contra Hunter, mas quem define o que é ser viciado? Quais são as regras a serem seguidas?”

Testemunhas do caso

Os promotores planejam chamar uma dúzia de testemunhas.

Entre as mais notáveis estão três ex-companheiras de Hunter Biden, que devem testemunhar sobre o uso de drogas na época em que ele comprou a arma. Isso inclui sua ex-mulher, Kathleen Buhle; a viúva de seu falecido irmão, Hallie Biden, com quem Hunter teve um relacionamento; e Lunden Roberts, mãe de um de seus filhos.

Esta última testemunha pode trazer à tona um período que Hunter Biden descreveu como seu fundo do poço, durante o qual estava quase sempre usando ou tentando obter drogas.

No ano passado, durante um depoimento, Hunter Biden afirmou estar sóbrio desde maio de 2019.


“Ele vai enfrentar estresse e vergonha no julgamento”, disse Valerie Earnshaw, professora de psicologia social da Universidade de Delaware, que pesquisa os estigmas relacionados ao vício. “Depende da sua própria jornada de recuperação, mas pode haver dias em que ele sinta muita vergonha. É uma emoção tóxica que consome a pessoa e não motiva comportamentos saudáveis.”

Os advogados de Hunter Biden podem chamar um especialista para explicar ao júri como as pessoas com vícios entendem suas próprias lutas. Eles também têm um químico forense que poderia testemunhar sobre um resíduo branco encontrado na bolsa de armas, que os promotores afirmam ter testado positivo para cocaína, segundo uma análise do FBI em 2023.

* Revista Exílio

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