Guardas finlandeses apresentaram na última sexta-feira, 14, o projeto da futura cortina de ferro que ocupará parte da fronteira de 1.340 quilômetros entre Finlândia e Rússia. O muro, com três metros de altura, será composto por cerca metálica e ocupará 200 quilômetros da fronteira, com um custo de 380 milhões de euros, e terá como objetivo proteger o país dos conflitos na Ucrânia.
O trecho piloto das obras está localizado no sudeste da Finlândia, perto de Imatra, e terá três quilômetros de extensão. Grande parte da cerca metálica será construída na fronteira sudeste, que é a mais densa da linha divisória com a Rússia. Também haverá barreiras no norte, na fronteira quase desabitada, que se estende até a Lapônia e a fronteira norueguesa, no Ártico.
O general de brigada Jari Tolppanen explicou que haverá várias dezenas de seções para a cerca, como as passagens de fronteira e seus arredores, as estradas que cruzam a fronteira e as áreas que podem ser facilmente acessadas com um meio de transporte. As obras começaram em fevereiro e serão concluídas em 2026, sendo que cerca de 70 quilômetros serão erguidos até 2025.
Atualmente, as fronteiras finlandesas são protegidas com cercas leves de madeira, projetadas para impedir a passagem de gado. Durante a Guerra Fria, o país nórdico foi obrigado a assumir uma neutralidade forçada por Moscou após a Segunda Guerra Mundial.
A construção da cortina de ferro na fronteira entre Finlândia e Rússia é um sinal das tensões geopolíticas na região e da crescente preocupação dos países do Báltico com a possibilidade de uma invasão russa. Recentemente, a Finlândia aderiu à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o que também pode ser um fator que contribui para a decisão de erguer uma barreira na fronteira.