Flávio Bolsonaro pede investigação de repasses à ex-nora de Lula

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) protocolou no Tribunal de Contas da União (TCU) um pedido de investigação sobre os repasses do Ministério da Educação (MEC) à Life Tecnologia Educacional, empresa ligada a Carla Ariane Trindade, ex-nora de Lula.


O senador pede a suspensão de novos pagamentos à Life até conclusão da investigação. Carla foi alvo de operação da Polícia Federal na semana passada, e quem recebeu os agentes federais na casa da ex-nora, segundo a Veja, foi Cláudio Lula da Silva, filho de Lula e ex-marido de Carla. Esse fato foi destacado por Flávio na representação ao TCU.

Trecho da representação de Flávio Bolsonaro ao TCU sobre a ex-nora de Lula | Foto: Reprodução
Trecho da representação de Flávio Bolsonaro ao TCU sobre a ex-nora de Lula | Foto: Reprodução

Para Flávio, “esse episódio indica não apenas a persistência de laços pessoais, mas também que Carla Ariane continua inserida em um ambiente de proximidade com a família do mandatário da República”.

No documento entregue ao TCU, o senador detalhou que Carla Trindade, sem vínculo funcional com a administração pública, teve acesso privilegiado às instalações do MEC, incluindo reuniões privadas com o ministro da Educação, Camilo Santana. Ele também afirma que esses encontros ocorreram sem transparência e fora das agendas oficiais do ministério.

O senador cita também o trecho da investigação da PF no qual consta que Carla Ariane teria viajado “ao menos duas vezes a Brasília com passagens custeadas pelo dono da Life
Tecnologia Educacional”.


Além disso, Flávio Bolsonaro também menciona as relações de Kalil Bittar, responsável pela Life e alvo de mandado de busca e apreensão, com Lula. “Kalil Bittar é irmão de Fernando Bittar, coproprietário do sítio de Atibaia (SP), imóvel que motivou a condenação do atual presidente da República em uma das ações da Operação Lava Jato, sendo ambos filhos de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas e um dos fundadores da CUT e do PT”, escreveu o senador. “Além disso, Kalil foi sócio de Fábio Luís Lula da Silva (Lulinha), outro filho do presidente, na empresa Gamecorp, também investigada na operação Lava Jato.”

Ele também diz que a Life cresceu 113 vezes a partir de maio de 2022, quando o capital social era de R$ 300 mil, segundo a Junta Comercial de São Paulo. Em 2024, esse valor saltou para R$ 34 milhões, “movimentação que, para os investigadores, está diretamente ligada à obtenção de contratos públicos por meio de influência indevida de Carla Ariane”.

Flávio menciona, ainda, o possível superfaturamento de livros vendidos pela Life. Cada exemplar teria sido adquirido por R$ 2,56 e revendido por R$ 41,50, um preço 16 vezes maior.

Medidas solicitadas

Entre as providências solicitadas estão a abertura de processo formal para investigar a liberação de verbas federais, auditoria específica sobre contratos da Life Tecnologia Educacional com prefeituras e órgãos federais, além da requisição de documentos do MEC, do GSI, da Casa Civil e da Secretaria-Geral da Presidência. O objetivo é esclarecer as circunstâncias das visitas de Carla Trindade a prédios oficiais e sua relação com a empresa investigada.

O senador ainda requereu que, identificada qualquer irregularidade, o TCU suspenda provisoriamente novos repasses à Life Tecnologia Educacional até que a auditoria seja finalizada.

A Controladoria-Geral da União já havia apontado distorção contábil de R$ 2,7 bilhões nas contas do MEC em 2023.

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