O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reagiu às declarações de Michelle Bolsonaro durante o evento que oficializou a candidatura do também senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao governo do Ceará. Na ocasião, Michelle afirmou que o deputado federal André Fernandes (PL-CE) havia se adiantado ao declarar apoio a Ciro Gomes (PSDB-CE).
Após a fala, André disse que sua movimentação tinha sido autorizada por Jair Bolsonaro – informação confirmada por Flávio. Segundo o senador, Michelle acabou contrariando publicamente uma decisão já tomada pelo ex-presidente. Ele classificou a abordagem dela como “autoritária” e “constrangedora”.
– A Michelle atropelou o próprio presidente Bolsonaro, que havia autorizado o movimento do deputado André Fernandes no Ceará. E a forma com que ela se dirigiu a ele, que talvez seja nossa maior liderança local, foi autoritária e constrangedora – disse o senador ao Metrópoles.
Flávio explicou que o aval a Ciro integra uma estratégia para reduzir a influência do presidente Lula (PT) no Ceará e no Nordeste. A composição política prevista inclui Priscila Costa (PL-CE) para a Câmara dos Deputados, atuando como puxadora de votos, e Alcides Fernandes, pai de André, como candidato ao Senado, com presença no palanque de Ciro.
– Partindo do princípio que Ciro é candidato ao governo do Estado e não será um palanque de apoio a Lula, há uma janela de oportunidade para diminuir a força local de Lula para presidente – apontou.
O senador reforçou que decisões eleitorais do PL passam necessariamente por Jair Bolsonaro e são definidas em grupo, do qual Michelle participa, mas que não tem poder decisório individual. Ele frisou que “Michelle não é política e precisa entender que a forma de tomar uma decisão às vezes é mais importante do que a própria decisão”.