Forças Armadas vão passar a permitir alistamento de mulheres

A partir do próximo ano, as Forças Armadas passarão a permitir, pela primeira vez na história, que as mulheres participem do alistamento militar para ingresso na carreira de soldado. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a decisão foi tomada pelo ministro da Defesa, José Múcio, em conversa com comandantes militares.


A previsão é de que a entrada das mulheres nas fileiras das Forças ocorra em 2026. Atualmente, a população feminina já é autorizada a ingressar nas Forças Armadas, mas por outros meios que não o alistamento, como por exemplo nas escolas que preparam oficiais. A participação das mulheres como combatentes, porém, é limitada à Marinha, como fuzileiras navais.

Inclusive, segundo o ministro José Múcio, a ideia é de que, com a liberação de alistamento feminino, as mulheres passem a ocupar postos de combate.

– Nesse assunto [mulheres nas Forças Armadas], o Brasil deve muito. E não é para fazer serviço de enfermagem e escritório, é para a mulher entrar na infantaria. Queremos mulheres armadas até os dentes – declarou o ministro à Folha.

No entanto, diferentemente do que ocorre com os homens, o alistamento feminino será voluntário e, pelos planos da Defesa, deve ser permitido às mulheres que completarem 18 anos em 2025. Ainda há, no entanto, de acordo com a Folha, divergências sobre a quantidade de vagas que devem ser reservadas às mulheres.

O ministro da Defesa havia determinado que as vagas reservadas às mulheres crescessem gradativamente até alcançar 20% das cerca de 85 mil pessoas que entram no serviço militar anualmente. Hoje, o total de vagas é em ampla maioria destinado ao Exército, com 75 mil postos; acompanhado da Aeronáutica, com 7 mil; e da Marinha, com 3 mil.

Porém, o Alto Comando do Exército discutiu em sua última reunião a proposta de inclusão das mulheres no alistamento militar, e os números são bem menores que os de Múcio. O plano interno é aumentar gradativamente as vagas até chegar a 5 mil, contingente amplamente inferior aos 15 mil postos que equivaleriam aos 20% de ingresso anual do Exército propostos pelo ministro.

A Marinha, primeira das Forças a abrir postos para mulheres, tem hoje 8.420 militares femininas entre os cerca de 75 mil cargos ativos, um percentual de 11%. Na Aeronáutica, por sua vez, elas são pouco mais de 20% do efetivo, com 14.118 mulheres de um total de 67.605 miliares. O Exército, por sua vez, tem o menor percentual: 6% (13.017 entre os mais de 212 mil militares ativos).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *