França expulsa diplomatas venezuelanos em retaliação

O Ministério das Relações Exteriores da França solicitou à Embaixada da Venezuela em Paris que reduza seu pessoal diplomático, em uma ação definida como “medida de reciprocidade” após a decisão do regime venezuelano de limitar o número de diplomatas franceses em Caracas. De acordo com um comunicado emitido nesta quarta-feira, a ordem foi notificada na segunda-feira passada, e os diplomatas venezuelanos afetados deverão deixar a França em um prazo de cinco dias, ou seja, até o próximo sábado.

O porta-voz do Ministério francês enfatizou que essa ação responde à decisão unilateral da Venezuela de restringir o pessoal da Embaixada da França em Caracas a apenas três funcionários, uma medida que, segundo a França, foi tomada “por motivos que rejeitamos categoricamente”. Ele também reiterou que o governo francês rejeita as acusações de ingerência feitas pelas autoridades venezuelanas e defendeu que o objetivo da França no país sul-americano é “manter um diálogo com todas as partes para facilitar uma saída pacífica para a crise”.

Na quinta-feira passada, a França convocou o encarregado de negócios da Venezuela em Paris para adverti-lo de que tomaria “todas as medidas de reciprocidade necessárias” em resposta à limitação de seu pessoal diplomático em Caracas. A decisão formalizada nesta semana reforça essa advertência e marca um novo capítulo nas tensões diplomáticas entre os dois países.

Após sua juramentação inconstitucional em 10 de janeiro, a ditadura de Nicolás Maduro limitou a três o número de diplomatas acreditados nas embaixadas da França, Itália e Países Baixos, em resposta à “conduta hostil” de seus governos após o fraude eleitoral e a investidura ilegítima de Nicolás Maduro.

Antes do ato do ditador chavista, o presidente francês Emmanuel Macron conversou com a líder da oposição venezuelana María Corina Machado e com o rival de Maduro nas eleições, Edmundo González Urrutia. O presidente francês afirmou que “a vontade do povo venezuelano (…) deve ser respeitada”, e pediu, juntamente com seu colega brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, “retomar o diálogo” entre o regime e a oposição.

O ditador Nicolás Maduro jurou, em 10 de janeiro, para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, após ser proclamado vencedor nas eleições de 28 de julho, que a oposição e vários governos internacionais consideraram fraudulentas, reivindicando a vitória do exilado Edmundo González Urrutia.

A União Europeia afirmou que Maduro “carece de legitimidade”. Além disso, anunciou a adoção de novas sanções contra “15 pessoas responsáveis por minar a democracia”.


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