Fraude no INSS: sindicato de irmão de Lula é alvo de buscas da PF

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) foi uma das entidades alvo de uma nova operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) nesta quinta-feira (9). A ação faz parte da segunda fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de fraudes em descontos nos benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).


O Sindnapi é ligado à Força Sindical e tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Embora Frei Chico não conste como investigado no inquérito, o sindicato está sob escrutínio.

A operação de hoje cumpre um total de 66 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça. As ações ocorrem em São Paulo (onde fica a sede do Sindnapi), Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no Distrito Federal.

Além do Sindnapi, as sedes das associações Amar Brasil e Masterprev também foram alvos de buscas.

A PF declarou que a ação visa “aprofundar as investigações e esclarecer a prática de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação patrimonial”. Os crimes em apuração incluem estelionato qualificado, peculato, corrupção, lavagem de capitais e organização criminosa.


Em meio à operação, o presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho (conhecido como Milton Cavalo), está agendado para prestar depoimento na CPMI do INSS nesta quinta-feira, às 9 horas.

Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontam que a associação movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão em seis anos.

Entenda a Fraude de R$ 6,3 Bilhões

A primeira fase da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2025, revelou que sindicatos e associações de aposentados faziam descontos indevidos e sem autorização nos contracheques de beneficiários.

O esquema teria causado um prejuízo total estimado em R$ 6,3 bilhões. Na época, a cúpula do INSS foi afastada por suspeita de envolvimento.

As investigações apontam que as entidades envolvidas prometiam serviços como planos de saúde e assistência jurídica, mas, segundo a CGU, muitas vezes não tinham estrutura real para cumprir as ofertas. Em diversos casos, os aposentados só descobriam as cobranças ao consultar o extrato, sem sequer saber que haviam sido filiados.

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