O Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o 8 de janeiro, o general Gonçalves Dias disse, nesta quarta-feira, 16, que recebeu “informes” da Agência de Inteligência Brasileira (Abin), sobre a manifestação.
Dias respondeu a uma pergunta feita pelo advogado Jeffrey Chiquini, da defesa de Filipe Martins, a respeito de oito documentos contendo alertas.
“Esses informes foram repassados à Secretaria de Segurança Presidencial”, disse, durante audiência do núcleo 2 da ação penal que trata da suposta tentativa de golpe. O general contou ainda que planos de segurança, como o Escudo, estavam acionados.
Dias, contudo, informou não se lembrar exatamente o que constava nos informes, em virtude de estar fora do cargo há dois anos.
Ex-diretor da Abin implicou Gonçalves Dias na CPMI
Em audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito do 8 de Janeiro, realizada em 1° de agosto de 2023, Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Abin, afirmou que Dias foi informado sobre o risco de ataque às sedes dos Três Poderes.
De acordo com Cunha, os primeiros informes a Dias começaram a ser enviados na manhã de 8 de janeiro.
Além disso, no início da tarde e antes dos ataques, os dois teriam conversado sobre o assunto por telefone.
“O primeiro contato, por WhatsApp, ocorreu por volta de 8 horas”, contou Cunha. “Dias respondeu ‘acho que teremos problemas’. Continuei encaminhando as mensagens e, às 13h30, falo com o ministro e passei esta preocupação: ‘Temos a impressão, temos já uma certa convicção de que as sedes dos Poderes serão invadidas e haverá uma ação violenta contra esses prédios’. O general, obviamente, não estava recebendo informações apenas da Abin. Não posso afirmar por que ele agiu ou deixou de agir.”
