Em um evento com representantes de 11 partidos em São Paulo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou nesta segunda-feira (15) que a Corte não aceitará pedidos de impeachment motivados por retaliações políticas. O encontro, do Fórum Direitos Já, busca organizar uma frente para conter o avanço de candidaturas bolsonaristas nas eleições de 2026.
“Não espero que o Senado venha a agir para buscar vindita [vingança] em relação ao STF. Impeachment deve ser um processo regular. Se for por conta do voto de um ministro, seria irregular. O STF não vai aceitar”, declarou Gilmar, segundo a CNN Brasil.
A declaração foi feita horas após o ministro criticar a postura de seu colega, Luiz Fux, no julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. A condenação de Bolsonaro, a 27 anos e 3 meses de prisão, o tornou o primeiro ex-presidente da história do Brasil a ser condenado por esse crime.
Durante o evento, Gilmar Mendes reforçou sua defesa da soberania nacional e da independência do Judiciário. “É fundamental que se faça esse movimento em defesa da democracia e da soberania nacional. Nós vimos o quão ameaçada ela ficou nesse contexto, no qual exigiram que se interrompesse um julgamento em nome de interesses políticos estranhos”, disse.
O ministro também ironizou pressões externas sobre o sistema de Justiça brasileiro, comparando-se à possibilidade de o Brasil exigir que os Estados Unidos revelem os “arquivos do caso Epstein” durante uma negociação comercial.