O presidente da Argentina, Javier Milei, e Edmundo González Urrutia subiram à varanda da Casa Rosada neste sábado (4) para saudar os milhares de venezuelanos reunidos na Praça de Maio, em Buenos Aires, na primeira parada do líder oposicionista venezuelano em uma viagem por vários países latino-americanos.
“Presidente, presidente” e “liberdade” foram os gritos ouvidos na praça por aqueles que consideram González Urrutia o vencedor das eleições realizadas na Venezuela em 28 de julho do ano passado.
As milhares de pessoas que chegaram aos portões da Casa Rosada também gritaram “obrigado, Milei”, em referência ao presidente argentino, que foi o primeiro líder latino-americano a receber González Urrutia nessa viagem que busca reunir apoio para poder assumir o poder na Venezuela em 10 de janeiro, quando Nicolás Maduro insiste que será empossado novamente como presidente.
Milei, González Urrutia, o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Gerardo Werthein, a secretária-geral da Presidência e irmã do presidente Milei, Karina, e a esposa do líder oposicionista venezuelano, Mercedes, que sempre o acompanha em sua batalha política, entre outros, apareceram na varanda da Casa Rosada, sede do governo argentino.
O mandatário argentino deu lugar a González Urrutia, que cumprimentou a multidão e recebeu aplausos e vivas. A massa de pessoas cantando e aplaudindo constituía uma maré de vermelho, amarelo e azul, as cores da bandeira venezuelana, pois carregavam faixas, bonés e camisetas com essas cores. Em seguida, o presidente argentino pegou sua mão e ambos a ergueram em uma saudação.
REUNIÃO ENTRE MILEI E GONZÁLEZ
A longa saudação aos venezuelanos ocorreu após uma reunião dentro da Casa Rosada, sobre a qual nenhuma informação foi divulgada até o momento.
Pouco antes, González Urrutia divulgou uma mensagem em vídeo na qual expressou seu compromisso com os considerados “presos políticos”, que somam 1.794 de acordo com a ONG Foro Penal, e com os oposicionistas que buscam asilo na embaixada argentina em Caracas, custodiada pelo Brasil devido à decisão de Maduro de expulsar diplomatas argentinos.
– Enviamos uma saudação cordial e afetuosa, especialmente a todos os presos políticos e aos asilados na embaixada argentina em Caracas. Essa é e será nossa preocupação em todas as reuniões que realizaremos – disse o representante da oposição majoritária, agrupada na Plataforma Unitária Democrática (PUD), por meio das redes sociais.
González Urrutia iniciou neste sábado uma viagem na Argentina que continuará no Uruguai, Panamá e República Dominicana até 10 de janeiro, quando ele planeja voltar para a Venezuela, apesar do mandado de prisão emitido contra ele pelo governo de Nicolás Maduro.
O dia 10 de janeiro é a data em que o novo presidente eleito em 28 de julho deve tomar posse. A PUD insiste que González Urrutia foi o vencedor da eleição presidencial.
O chavismo também começou o ano com uma série de atividades antes do dia 10 de janeiro, quando Maduro diz que irá à Assembleia Nacional (Parlamento) para tomar posse para um terceiro mandato consecutivo de seis anos no poder.