Neste último domingo, 19, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, suspendeu o cessar-fogo que mantinha, desde 31 de dezembro, com a maior facção de traficantes de drogas do país, isso devido a ataques à população civil.
“Ordenei à Força Pública reativar todas as operações militares contra o Clã do Golfo”, escreveu o presidente do país em sua conta no Twitter.
Na segunda-feira, 13, há uma semana, Petro já havia acusado o grupo de violar a trégua bilateral, ao financiar garimpeiros ilegais que atacam a população do noroeste do país.
Segundo as autoridades governamentais, os garimpeiros que obedecem ordens do Clã do Golfo destruíram no domingo, 12, o aqueduto do município de Tarazá. Além disso, eles teriam também incendiado um posto de pedágio e uma ambulância na região de Bajo Cauca, no departamento de Antioquia.
Por sua vez, os trabalhadores das minas ilegais protestam desde 2 de março contra a destruição, por parte do exército e da polícia, das dragas utilizadas para a extração de ouro.
Já o presidente, indicava que quem incentivava a chamada greve dos mineradores recebia “dinheiro do Clã do Golfo para causar mal e fazer essa violência passar como uma greve social”. Porém, sua versão entrava em contradição com a do prefeito de Tarazá, Mario Eliécer Sierra, que afirmou em uma rádio local que o município ficou sem água por falta de abastecimento, mas o aqueduto não foi destruído.
O cessar-fogo, agora rompido, havia sido anunciado por Petro às vésperas do Ano Novo. Foi o primeiro passo para sentar e negociar com todos os grupos irregulares, no âmbito do que o governo chama de política da paz total.
Após o anúncio, entretanto, surgiram problemas: o Exército de Libertação Nacional (ELN) negou publicamente fazer parte da trégua e o governo detectou violações por parte de dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e dos paramilitares da Sierra Nevada de Santa Marta.
Gustavo Petro é o primeiro esquerdista à frente do governo da Colômbia, além disso, ele é ex-guerrilheiro, aos 17 anos, Petro entrou no M-19, foi preso em 1985 por posse ilegal de armas. O grupo guerrilheiro se transformou em um partido político em 1990, se tornando a Aliança Democrática M-19, do qual Petro foi um dos fundadores.