O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, demitiu o tenente da Polícia Militar Henrique Otávio Velozo, acusado de assassinar o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta segunda-feira (22), cumprindo uma determinação do Tribunal de Justiça Militar de SP.
O crime ocorreu em agosto de 2022, quando Velozo atirou na cabeça de Leandro Lo durante uma briga em um show de pagode no Clube Sírio, em São Paulo. Com a demissão, o ex-tenente deixará de receber o salário de R$ 10,8 mil, que era mantido por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) até a conclusão dos processos administrativos na Justiça Militar e na PM.
Velozo está preso no Presídio Militar Romão Gomes desde o dia do crime. Apesar da demissão, ele ainda não foi julgado pela Justiça. O júri que irá definir a pena do ex-policial foi adiado pela segunda vez no último dia 5 de agosto, devido a uma discussão entre os advogados de defesa e os promotores do caso no Tribunal Criminal da Barra Funda. O júri foi remarcado para os dias 12, 13 e 14 de novembro.
A confusão no tribunal começou quando o advogado de defesa de Velozo, Cláudio Dalledone, insinuou que Leandro Lo havia consumido maconha na noite do crime, provocando um bate-boca com o promotor João Calsavara. Durante o depoimento do delegado João Eduardo da Silva, que presidiu o inquérito de homicídio, a defesa insistiu em perguntas sobre o laudo toxicológico, mesmo com o delegado afirmando que o documento não comprovava o uso da droga pelo lutador. O juiz precisou intervir, pedindo ordem e advertindo a defesa.
Em outro momento, o advogado exibiu fotos de amigos de Leandro Lo, sugerindo que o tenente teria agido em legítima defesa. O juiz advertiu a defesa novamente, e Dalledone ameaçou deixar o plenário, alegando estar sendo desrespeitado pelo promotor.