Governo do Equador denuncia tentativa de assassinato contra Daniel Noboa

O presidente do Equador, Daniel Noboa, sofreu um ataque na tarde desta terça-feira (7) enquanto liderava uma caravana oficial na província de Cañar. A Presidência informou que um grupo de pessoas lançou pedras e efetuou disparos contra os veículos do comboio no cantão Tambo.


O ataque ocorreu quando a comitiva se dirigia ao estádio local para anunciar e supervisionar obras de saneamento. A ministra de Energia e Ambiente, Inés Manzano, confirmou que o Governo apresentou uma denúncia por tentativa de assassinato contra o presidente.

“Às 14h41 da tarde, apresentamos a denúncia por tentativa de assassinato no cantão Tambo, quando o presidente se preparava para participar no evento. Apareceram cerca de 500 pessoas que lançaram pedras e também há sinais de bala no carro do presidente”, afirmou a ministra à imprensa. Contudo, a Polícia indicou que os agressores “procederam a lançar pedras contra os veículos da caravana presidencial”.

Manzano informou que cinco pessoas foram detidas no local e serão processadas por terrorismo. “Isto não o vamos permitir. Equador diz sim à paz, sim ao trabalho. Estas classes de manifestações violentas não são as que o país necessita em um momento de progresso e desenvolvimento”, acrescentou.

A Secretaria de Comunicação da Presidência descreveu o ataque como uma ação de “grupos desestabilizadores que obedecem a ordens de radicalização” e que “tentaram impedir, por a força, a entrega de uma obra destinada a melhorar a vida de uma comunidade”.

O Executivo assegurou que todos os detidos serão processados por terrorismo e tentativa de assassinato e garantiu que “não conseguiram deter o Governo Nacional”.

Apesar do ataque, o presidente Noboa conseguiu chegar ao seu destino e cumpriu toda a agenda prevista. Ele entregou o sistema de saneamento de Sigsihuayco e assinou um convênio para a construção de um novo sistema em Quilloac, totalizando investimentos de mais de US$ 6 milhões, que beneficiarão cerca de 26 mil habitantes.

Durante seu discurso em Cañar, Noboa vinculou o ataque a setores que, segundo ele, buscam impedir reformas políticas no país. “A diferença de quem não quer uma nova Constituição, nem reduzir o número de assembleístas, nem que os recursos públicos cheguem à gente, nós buscamos o caminho democrático”, manifestou o mandatário.

O ataque ocorre em um clima de tensão social, em meio às mobilizações convocadas pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) contra o fim do subsídio ao diesel.

Embora o ataque não tenha sido atribuído diretamente à organização indígena, a ministra Inés Manzano fez questão de desvincular o movimento tradicional: “As comunidades ancestrais não estão envolvidas”, garantindo que “são células criminais as que estão provocando estes atos de terrorismo”.

O Governo anunciou que irá reforçar as medidas de segurança do presidente. “Disparar contra o carro do presidente, danificar bens do Estado e atacar uma obra pública não tem nada de pacífico. São atos criminais”, concluiu Manzano.


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