O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciaram nesta quarta-feira (29) a criação de um escritório emergencial de combate ao crime organizado no estado.
O novo núcleo contará com integrantes dos governos federal e estadual e tem como objetivo agilizar decisões e integrar ações de segurança. Segundo Castro, a ideia é “vencer possíveis burocracias, integrar inteligências, respeitando as competências de cada ordem, mas tentando eliminar barreiras”.
A criação do escritório ocorre após a megaoperação realizada na terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, contra o Comando Vermelho. A ação mobilizou cerca de 2.500 policiais, resultou na prisão de 113 suspeitos e deixou ao menos 119 mortos — entre eles dois policiais civis e dois militares.
Lewandowski e Castro se reuniram nesta quarta-feira no Rio para discutir medidas de enfrentamento. O ministro afirmou que o novo grupo servirá para garantir respostas mais rápidas.
“Conjugar as forças federais e as forças estaduais para resolver celeremente os problemas com os quais nos deparamos para a solução dessa crise. É um fórum onde as forças vão conversar entre si, tomar decisões rapidamente, até que a crise seja superada”, explicou.
O ministro também informou que haverá reforço no efetivo das polícias Federal e Rodoviária Federal, além de peritos criminais. Esses profissionais poderão ser recrutados na Força Nacional e em outros estados.
“Até o momento, 50 policiais federais foram deslocados para o Rio de Janeiro”, disse Lewandowski.
Entre as medidas adicionais, estão a disponibilização de vagas em presídios federais de segurança máxima para criminosos considerados de alta periculosidade e o reforço das atividades de inteligência voltadas à descapitalização do crime organizado.
Durante a entrevista, o governador Cláudio Castro afirmou que não houve pedido de decretação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e que o tema não chegou a ser cogitado.
“Eu não preciso que o governo federal venha aqui fazer o meu trabalho”, declarou.
Castro ressaltou, no entanto, que a atuação integrada é essencial.
“O trabalho tem que ser feito de forma integrada, e o Rio de Janeiro sozinho tem condições de vencer batalhas, mas não guerras”, disse.
O governador também comentou o resultado da operação.
“Na batalha de ontem, as polícias saíram vitoriosas. Tirando as quatro vítimas que foram os policiais mortos, o resto foram criminosos. Não era intenção de ninguém, queríamos ter prendido todos com vida, mas foi uma consequência da retaliação que eles acabaram fazendo e do uso desproporcional da força”, afirmou.