O programa de desenvolvimento de submarinos da Marinha Brasileira, conhecido como Prosub, enfrenta um corte drástico de 83% em seu financiamento, uma decisão que levou à demissão de 200 funcionários e gerou preocupações sobre o futuro do projeto. Mas o Comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, minimizou o fato.
A redução de verbas ocorreu logo após uma visita dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Emmanuel Macron, às instalações do programa em Itaguaí.
Apesar das demissões e da redução orçamentária, o Comandante Olsen expressou uma perspectiva otimista durante uma declaração na saída de um seminário no BNDES, no Rio de Janeiro.
Olsen comentou que, dada a longevidade do Prosub e os desafios enfrentados ao longo dos mais de 15 anos de desenvolvimento, ajustes são esperados e normais.
“Em mais de 15 anos de desenvolvimento do Prosub, é natural que ele demande ajustes. No momento entregamos o terceiro submarino convencional e, no ano que vem, entregaremos o quarto desse tipo”, afirmou Olsen.
O comandante destacou ainda que os ajustes não comprometem o cronograma do programa.
O quinto submarino, uma unidade de propulsão nuclear e altamente antecipado, está programado para entrega em 2034, com a incorporação à frota da Marinha prevista para 2037.
O Almirante Olsen revelou que a seção de qualificação do submarino nuclear já está em fabricação, e espera-se finalizar o modelo de negócios até o final do ano.
O Comandante da Marinha expressou preocupação com a possibilidade de não conseguir recontratar a mão de obra especializada dispensada devido aos cortes. Ele apontou que, embora a flutuação no número de empregados seja comum na construção naval, perder esses trabalhadores de forma definitiva seria problemático. Se eles forem absorvidos por outras áreas da indústria naval, pode ser necessário treinar novos funcionários, o que impactaria os custos, embora não os prazos.
O Prosub, segundo Olsen, não só gera dezenas de milhares de empregos diretos e indiretos, mas também é parte de um projeto científico e tecnológico mais amplo, que inclui o domínio do enriquecimento de urânio e a produção de reatores nucleares de pequeno porte.
Ele reiterou que um submarino nuclear representa o ápice tecnológico para as Forças Armadas, muito além de blindados ou caças.