O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou, nesta terça-feira, 1º, sobre as operações militares de Israel, que iniciou há dois dias incursões por terra no sul do Líbano. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores acusou o país de violar o Direito Internacional. O órgão não mencionou o ataque massivo de mísseis do Irã contra os israelenses.
“O governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, a realização de operações militares terrestres do Exército de Israel no Sul do Líbano, em violação ao direito internacional, à Carta da ONU e a resoluções do Conselho de Segurança”, diz o Itamaraty. “Também deplora a continuidade dos ataques aéreos israelenses a várias regiões do país. O Brasil insta Israel a interromper imediatamente as incursões terrestres e os ataques aéreos a zonas civis densamente povoadas naquele país.”
Ainda no documento, o governo apela por um cessar-fogo “permanente e abrangente” e conclama a comunidade internacional para que utilize todos os instrumentos diplomáticos possíveis para de conter o agravamento do conflito no Oriente Médio.
O ministério reiterou que a embaixada brasileira na capital, Beirute, continua monitorando a situação dos nacionais no Líbano e mantém contato permanente com os brasileiros no país. Essas pessoas poderão contar com assistência consular.
Ataques do Irã contra Israel
Na noite de ontem, a Guarda Revolucionária disparou 181 mísseis balísticos, como o Shahab-3, contra o território israelense. Essas armas possuem alto potencial destrutivo e podem atingir velocidades hipersônicas. Mas Israel disse que conseguiu interceptar a maioria dos projéteis, com a ajuda de navios de guerra norte-americanos e da defesa antiaérea da Jordânia.
Os militares garantiram que não houve nenhum ferido diretamente pelos mísseis no ataque em solo israelense. Foram empregados os sistemas Arrow (flecha), que atinge os projéteis a longa distância, e o Domo de Ferro, de curto alcance.
A única morte registrada foi a de um palestino da Faixa de Gaza, que andava em Jericó, na Cisjordânia.
O ataque do Teerã foi uma resposta à pressão interna depois das mortes de líderes do grupo terrorista Hamas em ataques israelenses e da escalada do conflito contra o Hezbollah no Líbano.