Governo Lula planeja taxar aluguéis em plataformas digitais

A Receita Federal está avaliando formas de cobrar Imposto de Renda sobre aluguéis recebidos por meio de plataformas como Airbnb e Booking.com, atendendo a um pedido do setor hoteleiro. Representantes do segmento se reuniram com o secretário do Fisco, Robinson Barreirinhas, na última segunda-feira, 5, para discutir o assunto.

O presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), Orlando Souza, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que ainda não há uma definição detalhada, mas que o anúncio de novas medidas deve ocorrer em breve.


Souza adiantou que as ações podem incluir “uma revisão das declarações dos últimos cinco anos e a implementação de um mecanismo para cruzamento de dados dessas operações”.

Uma das propostas em desenvolvimento é exigir que as plataformas enviem ao Fisco uma declaração similar à Dimob, usada por imobiliárias em aluguéis de longa duração. Isso permitiria o cruzamento dos dados fornecidos pelas empresas com as declarações de IR dos usuários.

A Receita Federal não quis comentar o assunto, mas interlocutores confirmaram ao Estadão que as medidas estão sendo elaboradas e que os contribuintes terão a chance de autorregularização.

Orlando Souza, representante do setor hoteleiro, afirmou que ninguém quer discutir o modelo de negócio dessas plataformas.

“Esse é um debate já superado, é um modelo como iFood e Uber”, comparou, em entrevista ao jornal.

Para o presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros, a principal questão é o “desequilíbrio concorrencial”. Ele ressalta que a prioridade é garantir a taxação da renda dos anfitriões para alcançar uma concorrência mais justa.

Posicionamento das plataformas

Em nota, o Airbnb afirmou que os anfitriões são responsáveis por recolher impostos e que a plataforma sempre enfatizou a educação de sua comunidade.

“Contamos com o Centro de Recursos Fiscais, uma página especial que disponibiliza informações relevantes aos anfitriões para ajudá-los a compreender as obrigações tributárias no Brasil”, diz a nota.

O Airbnb também destacou que a locação por temporada não se configura como atividade comercial hoteleira.

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