Governo Trump reduz mais de 90% dos contratos de ajuda externa da USAID

A administração do ex-presidente Donald Trump está planejando eliminar cerca de US$ 60 bilhões em gastos com ajuda externa e encerrar 92% dos contratos emitidos pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Os números foram revelados em um memorando do Departamento de Estado que detalha os resultados de uma revisão de 90 dias da ajuda externa dos EUA, solicitada por Trump.

De acordo com a Reuters, a auditoria identificou quase 15.000 subsídios e apontou cerca de 10.000 para eliminação — a maioria emitida pela USAID. Entre os cortes, estão 5.800 contratos multianuais da agência, representando uma redução de US$ 54 bilhões, e 4.100 subsídios do Departamento de Estado, com um corte de US$ 4,4 bilhões.

Essas ações fazem parte de uma ordem executiva emitida por Trump logo no primeiro dia de seu segundo mandato, que determinou uma pausa de 90 dias nos gastos com ajuda externa. O memorando também observa que a administração Trump foi obrigada por uma ordem judicial federal a desbloquear os recursos de ajuda externa até o final da quarta-feira.

O Departamento de Estado afirmou que, sob a liderança de Trump, a política de assistência externa dos EUA seria reformulada, corrigindo o que consideram ser “décadas de ineficiência institucional”. A administração enfatiza que todo gasto deve ser justificado pelas respostas a três questões: “Isso torna a América mais segura? Torna a América mais forte? Torna a América mais próspera?”

A USAID foi uma das primeiras agências federais a sofrer cortes massivos, com base em alegações de desperdício, fraude e abuso. A administração Trump visa reduzir a força de trabalho da agência de cerca de 10.000 funcionários para menos de 300, transferindo o que restar de suas funções para o Departamento de Estado.

Em meio a esse esforço, o Secretário de Estado Marco Rubio foi nomeado diretor interino da USAID. No entanto, a ordem judicial que exigia a retomada dos pagamentos de ajuda externa foi suspensa na noite de quarta-feira pelo presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, que analisará o pedido da administração Trump para bloquear a decisão do juiz Amir Ali.

Organizações como a AIDS Vaccine Advocacy Coalition e o Journalism Development Network, além da DAI Global e a HIAS, todas financiadas pelo Departamento de Estado e pela USAID, entraram com ações contra a administração Trump. Elas argumentam que a redução radical da USAID e os cortes nos gastos aprovados pelo Congresso ultrapassam os limites da autoridade do presidente.

Em uma movimentação recente, a administração Trump começou a liberar pagamentos de ajuda externa de quase US$ 2 bilhões que estavam congelados, com o objetivo de cumprir parcialmente a ordem judicial emitida por Ali.


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