O grupo mercenário Wagner não lutará mais na Ucrânia, conforme anunciado pela agência de notícias estatal russa TASS nesta quinta-feira (29). A decisão foi tomada depois que o chefe da organização, Yevgeny Prigozhin, negou a assinatura de um contrato proposto pelo governo russo, o qual anexaria as forças do Wagner ao Ministério da Defesa da Rússia, resultando no fim do financiamento do Kremlin ao grupo.
No último sábado, membros do Grupo Wagner iniciaram uma rebelião contra parte do governo russo, com o objetivo de tomar cidades do sul do país e marchar até Moscou. Contudo, a revolta foi encerrada na mesma noite com base em um acordo firmado entre o Kremlin e o líder do Grupo Wagner, Prigozhin. Os termos acordados incluíam o exílio de Prigozhin em Belarus, um país aliado de Moscou, além de sua saída das frentes de batalha na Ucrânia e de São Petersburgo, sua cidade natal. Além disso, nenhum membro do grupo que participou da rebelião seria perseguido criminalmente, enquanto os mercenários que não se envolveram no motim seriam integrados ao Ministério da Defesa russo.
No entanto, Prigozhin se recusou a assinar qualquer contrato com o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, em uma decisão contrária à determinação do Ministério da Defesa de que todas as formações de combate deveriam assinar contratos com o órgão. O líder do Grupo Wagner alegou que Shoigu era incapaz de administrar unidades militares, o que levou o legislador a acusá-lo de traição devido a suas “ambições exorbitantes”, motivações financeiras e o que ele chamou de “estado excitado”.
Com essa recusa, encerra-se a participação do Grupo Wagner na Ucrânia, enquanto os desdobramentos futuros desses eventos permanecem incertos.