Guerra impacta mercado agrícola que ameaça pico de preços

A semana foi marcada pelo aumento das tensões na guerra entre Rússia e Ucrânia, com consequências diretas no mercado agrícola. A Rússia anunciou a não renovação do acordo do Mar Negro, que permitia a exportação de grãos e fertilizantes pela região. Essa decisão dificultará o escoamento da produção agrícola ucraniana. Além disso, a Rússia realizou bombardeios no porto de Odessa, na Ucrânia, e novos ataques à infraestrutura do terminal de grãos do país. Essa escalada de conflitos refletiu no mercado, com o trigo na Bolsa de Chicago registrando uma alta de cerca de 12% e o milho, 9%.


Os efeitos das tensões no Mar Negro também se fizeram sentir no mercado doméstico brasileiro, com os preços dos grãos reagindo imediatamente. O trigo teve um aumento de até R$ 5 por saca em algumas regiões do Rio Grande do Sul, enquanto a soja teve uma elevação média de R$ 3 em todo o Brasil. O milho chegou a ter alta de até R$ 2 por saca, de acordo com dados da Pátria Agronegócios.

Diante dessa situação, a Cogo Inteligência em Agronegócio prevê a possibilidade de um novo pico de preços nos alimentos. A duração desse pico dependerá da continuidade dos riscos no Mar Negro e das dificuldades enfrentadas pela Ucrânia para colocar sua produção agrícola no mercado mundial. Rússia e Ucrânia respondem por aproximadamente 30% das exportações globais de trigo e a Ucrânia também é uma grande produtora de óleo de girassol, o que impacta o mercado de óleo de soja.

O início do conflito entre os dois países já provocou uma escalada nos preços de alimentos ao redor do mundo, especialmente devido às restrições às exportações antes do acordo do Mar Negro. Esse fenômeno contribuiu para o aumento da inflação global e para a alta nos juros. A geopolítica internacional deve ser monitorada diariamente, uma vez que afeta o agronegócio, o setor mais internacionalizado da economia brasileira. Os consumidores brasileiros, dependendo da extensão do problema no Mar Negro, poderão sentir em breve os efeitos dessas tensões nos preços dos alimentos.

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